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O SR. PRESIDENTE (Chicão Bulhões) - Bom dia a todos e a todas, Exmas. Autoridades, senhoras e senhores, daremos início ao terceiro de uma série de quatro seminários sobre os desafios de emprego no Estado do Rio de Janeiro, os painéis de hoje terão com tema de discussão a contribuição do Sistema S na geração de emprego e renda e boas práticas de universidades e da sociedade civil organizada. Esta é uma iniciativa do Fórum Permanente de Desenvolvimento Estratégico do Estado Jornalista Roberto Marinho em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Emprego e Relações Internacionais.

Para compor a Mesa, eu convido a Subsecretária de Emprego e Renda da Secretaria de Desenvolvimento, Econômico, Emprego e Relações Internacionais, Ana Asti; o Presidente da Cecierj, Carlos Eduardo Bielschowsky; o Presidente da Fetranscarga, Eduardo Rebbuzi; a Presidente da Assespro, Maria Luiza Reis; o Vice Presidente da Firjan, Sérgio de Oliveira Duarte e a Diretora de Educação Profissional do Senac, da Fecomercio, Wilma Freitas. (Palmas)

Considera-se também em extensão desta mesa de honra o Pró-Reitor de Extensão da Uezo, Edimilson Monteiro de Souza; o Diretor Executivo do Sesi/Senai/Firjan, Alexandre dos Reis; a Gerente de Desenvolvimento do Sescoop-RJ, Gerusa Marques; a Coordenadora Regional e Pedagógica de Ensino Técnico da Faerj, Raquel Lima e a Coordenadora de Comunicação do Sindrio, Daniela Cajueiro.

Abrindo aqui os trabalhos, nós seguimos nessa jornada de construção de uma agenda conjunta de ações que deem conta de responder os desafios do emprego no Estado do Rio de Janeiro. Nós viemos até aqui a muitas mãos e com contribuição da universidade, dos órgãos oficiais de informação e da sociedade civil organizada, construindo um diagnóstico que, invés de nos engessar ou paralisar, deve contribuir de fato para avançar na redução dos índices de desemprego no nosso Estado.

Como nós vimos nos seminários anteriores, a aumento dos níveis de desemprego no Rio de Janeiro foram maiores do que em outros Estados, a crise aqui fincou raízes profundas. A crise aqui fincou raízes profundas e impactou diretamente na capacidade de investimento e na abertura de novas oportunidades.

No seminário de hoje a proposta é falar de qualificação ou requalificação, além disso, também vamos falar sobre capacitação de mão de obra. Lá em 2011, quando o Rio de Janeiro ainda era o Estado das oportunidades, o que assistimos era o fenômeno do apagão de mão de obra e o desafio ali era fazer com que as oportunidades que se abriam e os investimentos que chegavam pudessem ser aproveitados pelos cidadãos fluminenses.

E por que falar especificamente do ano de 2011? É que naquela ocasião, motivados por esse bom problema, o Fórum reuniu diversas instituições que possuem braços de educação para a criação de uma rede de formação continuada, o Capacita Rio, que tinha como função materializar num portal as ofertas dos cursos online e presenciais gratuitos ofertados por essas instituições e organizados de acordo com os setores de desenvolvimento em expansão no Estado.

Em 2009, apesar do fechamento de milhares de postos de trabalho e a transformação que está ocorrendo num mercado, onde ainda não foi reduzida a importância da melhoria da qualificação da mão de obra fluminense, então, esse chamado ao Sistema S, às universidades e às instituições da sociedade civil organizada é para que possamos identificar o que hoje está sendo oferecido à população, como oportunidade de se qualificar e entender a distribuição dessas ofertas pelo território fluminense. É um chamado também para uma reflexão conjunta num contexto que aponta para a redução de verbas para as instituições, e o que precisamos preservar para que, numa retomada do desenvolvimento econômico, possamos responder com rapidez aos desafios de ocupar os nossos cidadãos.

De que forma, então, podemos cruzar essas informações e construir sinergias? As vagas abertas nos cursos ofertados estão sendo ocupadas? Que outras demandas podem surgir? São todos questionamentos iniciais que pretendemos, a partir dessa potência reunida aqui, responder, se não nesse encontro, na sequência que daremos a eles, retomando um papel fundamental do Poder Legislativo, que é o de contribuir com a criação de políticas públicas que deem conta de responder aos problemas que se apresentam.

Então, sejam todos bem-vindos e uma ótima manhã de trabalho.

Obrigado. (Palmas)

Para abrir, então, a sequência de apresentações, eu passo a palavra à Subsecretária de Emprego e Renda da Secretaria do Estado de Desenvolvimento, Ana Asti, para uma breve saudação.

A SRA. ANA ASTI – Bom dia a todos, é com grande alegria que fazemos o nosso terceiro dia do Seminário dos Desafios do Emprego no Estado do Rio de Janeiro.

Hoje é um dia muito especial, na verdade porque, quando nos reunimos reuniu aqui com o Fórum do Desenvolvimento Estratégico da Alerj para falar sobre os desafios do emprego, o primeiro tema que surgiu foi a questão da qualificação.

Hoje, vivemos dois grandes problemas na qualificação. Um é a qualificação de base. Quando operamos o SINE – Sistema Nacional de Emprego –temos muita dificuldade de encontrar vagas para pessoas que não têm um ensino médio completo. Estamos falando de uma coisa muito básica, muito primária que é conseguir elevar boa parte da nossa população, que hoje vive em maior vulnerabilidade, a ter um ensino médio. Do outro lado, é toda uma população que tem já uma capacidade de estar alçando empregos em indústrias mais qualificadas, mas que, infelizmente, falta recurso ou qualificação técnica e acabamos perdendo muito espaço para profissionais de outros Estados e até de fora do Brasil. São dois públicos que precisamos trabalhar e que são de suma importância para o nosso Estado.

No último evento que realizamos, na comunidade de Manguinhos, foi muito interessante porque tínhamos 2.100 vagas de trabalho e, infelizmente, grande parte das 2.000 pessoas que estavam na fila, aguardando para serem atendidas, no dia 1º de maio, não tinham como entrar e ir para a entrevista dessas vagas porque elas não tinham a qualificação mínima, enfim, possível.

Nesse diálogo no Fórum da Alerj ficamos sabendo desse projeto incrível que já existia, desde 2011, que é o Capacita Rio, que consiste num portal na internet onde todas as instituições aqui presentes pudessem aportar ali o que elas estão oferecendo hoje com referência a curso, à qualificação porque, às vezes, a dificuldade do profissional é saber onde ir, onde buscar esse curso, como fazer.

O Estado, por intermédio do Capacita Rio, o Legislativo, junto com o Executivo e a sociedade civil organizada, com o apoio da iniciativa privada, pode oferecer esses cursos para esses profissionais, sejam eles profissionais ainda alçando entrar no mercado de trabalho ou voltar para o mercado de trabalho ou aqueles que já estão empregados e que precisam ainda aprimorar a sua capacidade técnica.

Aqui talvez seja um novo pontapé do Capacita Rio. Precisamos realmente unir forças nessa agenda comum. O objetivo desse evento é criar uma agenda comum no Estado do Rio de Janeiro para vencermos os 14,8% da taxa de desemprego em que vive hoje o Estado. São mais de 1.3 milhões de pessoas, mais de 300 mil jovens desempregados, só em São Gonçalo, números que são piores do que o Haiti, do que a Síria. Realmente estamos vivendo uma crise muito forte em nosso Estado.

Fico muito feliz por estar aqui, podendo ver essa lista incrível de instituições que têm trabalhos impressionantes. Eu tenho certeza de que, se juntarmos forças - todos que estão aqui - certamente conseguiremos acabar com a inércia que o Estado vem vivendo e fazer uma história diferente. Eu falo que eu não quero ficar refém do Caged; eu quero construir os números do Caged. A gente não pode mais ficar refém. E todo mundo que está aqui tem um importante papel a cumprir.

Obrigada. (Palmas)

O SR. PRESIDENTE (Chicão Bulhões) – Obrigado, Subsecretária.

Nossa primeira palestrante é a diretora de educação profissional da Fecomércio, Wilma Freitas, com a apresentação: “Senac RJ: Inovar e formar para transformar o comércio de bens, serviços e turismo”, que dispõe de quinze minutos.

A SRA. WILMA FREITAS – Bom dia a todos. É com uma enorme satisfação que a Fecomércio e o Senac participam desse evento, que já é o terceiro, como disse a nossa Subsecretária, e vem contribuir com essa grande discussão e colaborar para criar projetos que possam reduzir essa taxa tremenda de desemprego no Estado do Rio de Janeiro.

O Senac, como todos os senhores sabem, é uma instituição de formação profissional, criada desde 1946, há mais de 70 anos, portanto. É referência em educação profissional, no setor de comércio de bens, serviços e turismo.

Desenvolvemos e ofertamos cursos em diversos níveis de profissionalização: desde o curso mais básico, da formação inicial do trabalhador até a graduação e a pós-graduação, passando, logicamente, pelos cursos de nível técnico e de especialização, tentando assim construir com essa pessoa que nos procura, que vai até o Senac, uma carreira, um itinerário profissional.

Porque hoje sabemos muito bem que não podemos parar de aprender - não é nem de estudar, mas de aprender. E essa aprendizagem tem que estar dentro de um propósito: onde eu quero chegar. Então, o Senac ajuda os jovens que nos procuram, as pessoas que querem mudar de situação a criarem esse plano de carreira.

O nosso trabalho tem quatro eixos norteadores, que fazem com que a gente conduza todo o nosso portfólio ao sucesso profissional das pessoas. Temos como principal eixo a empregabilidade, porque hoje educação profissional não é um curso que está disponível num portfólio para a pessoa fazer o curso e aprender. Não. O Senac tem a missão de, além de proporcionar momentos de aprendizagem e de qualificação, fazer esse aluno caminhar, crescer, no seu plano de carreira e encaminhá-lo ao mercado de trabalho, como vocês vão ver um pouquinho mais à frente.

O outro eixo é a sustentabilidade. Temos que ter uma responsabilidade muito maior. É fato que o Senac, como o Sesc e como outras entidades do Sistema S, recebe uma receita compulsória, fruto do empenho dos empresários do setor para que esse trabalho seja desenvolvido. Então, temos que ter responsabilidade. Em sustentabilidade, entende-se sustentabilidade com o uso desse recurso.

O terceiro eixo é vocações regionais. Não adianta eu elaborar um belíssimo plano de capacitação, um belíssimo plano de qualificação se não tenho conhecimento do território. Damos um exemplo: estamos agora desenvolvendo planos de capacitação para cada região do Estado. Então, se eu tenho lá investimentos na área de tecnologia, investimentos na área de saúde, tenho que preparar as pessoas, os cidadãos dessa comunidade, os jovens dessa comunidade para conseguirem emprego ou uma geração de renda. É dessa maneira que trabalhamos com esse eixo.

O quarto eixo, não menos importante, é a inovação. O mundo hoje é 4.0, então, não adianta eu continuar com aquela metodologia, com aquela tecnologia em que o professor é o dono do conhecimento e o aluno é que vai receber esse conhecimento. Eu tenho que inovar na sala de aula, eu tenho que inovar na prática, eu tenho que inovar na aprendizagem. O nosso aluno aprende na prática. Citamos aqui outro exemplo. Nós trabalhos com projetos. Em cada curso temos projetos a desenvolver. Esses projetos estão relacionados diretamente ao mundo real do trabalho em que o aluno vai atuar.

O último eixo, que consideramos muito importante, é uma atuação integrada. O Senac sozinho não faz nada. O Senac sem o empresário, sem o poder público, sem os outros parceiros que oferecem educação profissional não vai conseguir cumprir a sua missão. É dessa missão que vamos falar agora: educar para o trabalho em atividades do comércio, de bens, serviços e turismo. É dessa maneira que vivemos o nosso cotidiano, sempre olhando para o futuro. Apesar de ouvirmos muito que o futuro é aqui, o futuro é hoje, temos que vislumbrar para onde estamos caminhando, e temos que caminhar junto com a sociedade.

Nós queremos ser a instituição brasileira que oferece as melhores soluções em educação profissional e é reconhecida pelas empresas. Se nós estamos trabalhando para capacitar e qualificar pessoas e o empresário é o nosso grande parceiro, se ele não nos reconhece nós não estamos cumprindo a nossa principal missão.

Temos um conselho que nos dá suporte em todas as nossas ações; temos uma federação, que é a grande inspiradora para todos nós, e é dessa forma que trabalhamos. Internamente, os nossos profissionais praticam os valores de colaboração, atitudes de dono, transparência e responsabilidade social. Atitude de dono por quê? Porque todos nós somos responsáveis por aquilo que estamos fazendo pelo ambiente de trabalho, pelas pessoas que convivem conosco. Com esses valores fazemos o trabalho diário ser mais agradável, prazeroso; eles fazem com que todos se engajem nessa missão e nessa visão.

Hoje temos 38 unidades físicas distribuídas em todo o Estado. Atingimos todas as regiões, como os senhores podem ver. As unidades são pontos de referência, não quer dizer que só atuemos nas unidades. Atuamos na unidade, atuamos no espaço parceiro, atuamos em escolas. Esse trabalho vem a cada dia crescendo mais porque vamos conquistando parcerias pela relevância do trabalho que desenvolvemos.

Além das unidades físicas, temos três unidades móveis. Agora mesmo estamos com a nossa unidade móvel de beleza, que é uma sala de aula sobre rodas, em Arrozal, um município de Piraí. A digestão já está indo para outro município. A carreta-escola, como costumamos chamar, leva em torno de quatro meses na unidade, não só para oferecer cursos, mas também para fazer com que as pessoas tenham uma condição de geração de trabalho e renda.

Os nossos cursos são oferecidos tanto na modalidade presencial quanto a distância. Então, nossas 28 unidades físicas também são polos de educação a distância. No Brasil, o Senac atendeu, num período de quatro anos, a 350 mil alunos no ensino a distância. Esse é um número expressivo, é um número de peso e a abrangência é cada vez maior. A educação a distância, para muitas pessoas que não têm tempo, não podem dispor de três, quatro horas diárias para estudar, abre novos horizontes e consegue fazer com que as pessoas tenham o seu sonho e a sua vida profissional realizados.

Essa é a nossa unidade que faz esse trabalho maravilhoso. Quando a gente ouve os números, como a Subsecretaria falou aqui, do desemprego no Estado do Rio de Janeiro, com mais de 50% dos jovens desempregados, a geração “nem, nem” que está aí, que é um desafio para todos nós entender essa geração e caminhar com ela, dentro de uma inovação muito grande, porque é uma geração que, às vezes, foi excluída da escola regular e que temos que conquistá-la para trazer para nossas unidades, para nossos cursos, para eles construírem a sua vida, porque a educação é a única forma de a gente reduzir a violência.

Então o Banco de Oportunidades tem essa missão. É um serviço gratuito, oferecido a todas as empresas, sem exceção, tem tido casos de sucesso muito interessantes, que a gente tem muito pouco tempo para falar, então não vai dar para explicar muito, e o nosso índice hoje, no total de alunos, que no ano passado foi de 120 mil alunos, é de 66% de empregabilidade. E aí a gente está contando emprego formal e não a geração de trabalho e renda pessoal.

Nós atuamos em seis eixos tecnológicos, com mais de quarenta segmentos, exatamente para cobrir todas as necessidades do setor de comércio de bens, serviços e turismo.

Em números, nós em quatro anos tivemos 175 milhões de horas/aula executadas, 701 mil atendimentos e 79 mil bolsas concedidas. Isso é só o Rio de Janeiro! Isso não é Brasil não. São números do Rio de Janeiro.

Sobre as bolsas, a cada ano que passa nós temos um compromisso assinado desde 2008 com o Governo Federal, em que, desse dinheiro que o Senac recebe, a chamada receita compulsória, 70% vai integralmente para a gratuidade. De que maneira? Nós comprovamos isso e somos auditados por isso. Então, além dessas bolsas que a gente chama de Programa Senac Gratuidade, PSG, nós concedemos outras bolsas em turmas que estão em execução.

Agora vamos passar um vídeo só para vocês sentirem um pouquinho do que é o trabalho do Senac.

(APRESENTAÇÃO DE VÍDEO)

A SRA. WILMA FREITAS – Temos muito orgulho do que fazemos, e todos os nossos colaboradores estão junto nessa missão.

O Rio de Janeiro com uma beleza natural como ele tem, eu acho que todos nós aqui – e, aí, incluindo o Senac, a Firjan, a Fecomércio com a Firjan, com a Secretaria, o Poder Público, o Sistema S, as universidades -, precisamos nos unir nesse trabalho do Capacita Rio, porque a força que temos junto é muito maior do que cada um de nós isoladamente.

E, aí, eu só tenho dois minutos, vou usá-los para trazer para vocês um assunto que está em discussão em todos os jornais, em televisão, é um tal de “Vou meter a faca no Sistema S”.

Então, nós fizemos só uma análise de quais seriam as perdas para o nosso Sistema, do Senac, considerando o Brasil com esse corte, que agora já subiu para 40%.

Coloca, por favor, o último slide para mim.

Considerando o corte de 40% nas alíquotas de contribuição - que é essa receita compulsória, que não é um dinheiro público, é um dinheiro do empresário, que patrocina as ações que nós fazemos -, nós perderemos certamente.

E, aí, as perdas estão aqui colocadas: serão 16.270 funcionários demitidos; serão 185 unidades escolares que serão fechadas, nós teremos uma redução de 60 unidades móveis daquele quantitativo que eu falei para os senhores; o Programa Senac de Gratuidade vai ter menos de 134 mil alunos atendidos; os cursos e ações de educação profissional terão menos 786 mil atendimentos; os cursos: os polos de educação à distância, menos 130 polos de curso técnico, menos 96 polos de graduação, menos 90 polos de pós-graduação.

Nós queremos continuar o nosso trabalho, que é sério, e nós vamos nos unir, e precisamos do apoio da sociedade para que possamos superar mais esse momento de crise, de ameaça que está posto.

Muito obrigada. (Palmas)

O SR. PRESIDENTE (Chicão Bulhões) – Obrigado, Wilma.

Quero destacar e agradecer a presença também do Pedro Horn, Diretor da Fundação Santa Cabrini; da Vanessa Miranda, Secretária de Desenvolvimento Econômico de Porto Real; do Ricardo Leite, Chefe da Seção de Políticas, de Emprego, do Ministério da Economia; do Alexandre Mello, Auditor Fiscal da Secretaria da Fazenda; e do Pedro Cascon, Coordenador da Câmara Metropolitana.

Seguindo a ordem de apresentações, eu convido o Diretor Executivo do Sesi/Senai/Firjan, Alexandre dos Reis, para apresentar “A Firjan e os Desafios de uma Indústria em Transformação.”

O senhor dispõe de 15 minutos.

O SR. ALEXANDRE DOS REIS – Bom dia a todos, bom dia ao Presidente Chicão Bulhões, em especial, ao meu vice-presidente Sérgio Duarte, nosso Conselheiro Celso, e bom dia a todos, por essa oportunidade. Sinto-me orgulhoso em estar aqui explicando como dirigir essa instituição tão importante.

Esse é o nosso desenho da conversa aqui, minha Wilma. Não combinamos a apresentação, mas já está na sinergia do Sistema S, Fecomércio, Sesi, Senai, Sesc e Senac.

É importante aqui o objetivo da apresentação, alinhar essas informações, e espero que os senhores passem por essa porta sabendo da relevância, da importância, e que possamos construir juntos as soluções, como a Wilma colocou, em sinergia com todos aqui presentes, porque sozinho um sistema não vai resolver o problema.

Nesse ambiente, o Sistema Firjan, temos a lógica e o DNA de estar sempre na indústria e seu engajamento e para isso temos 11 Conselhos Empresarias administrando isso, 102 Sindicatos e quatro Fóruns da cadeia produtiva. Temos também, o tempo todo, análise e tendências de mercado que possam ser traduzidas.

Recentemente, os senhores já devem ter ouvido falar sobre a Casa Firjan, em Botafogo, onde discutimos a nova indústria, o novo mundo do trabalho e dali saem políticas para influenciar o Governo e políticas para serem aplicadas nas escolas do Sesi/Senai para enfrentar os nossos desafios.

Esse foi o nosso último e grande investimento nesse ambiente, pensando no futuro. Recomendo que todos nos visitem, a Casa é um projeto fantástico, não só cultural, mas de inovação, de aprendizado e de metodologia de ensino moderno.

Obviamente, o tempo todo temos que apresentar pesquisas e produzir soluções em cima dessas pesquisas. Então, o planejamento, a reunião de todos esses dados para que possamos pensar nisso aqui, onde estamos posicionados: temos 27 unidades operacionais, 34 unidades móveis e, além disso, temos 43 pontos hoje aonde o Sistema S, do Sesi e Senai, atuam nos antigos e famosos conceitos de UPPs.

Nós não saímos, estamos lá com a nossa indústria do conhecimento, atleta do futuro, bolsas para os menos favorecidos, programas específicos culturais, em determinados momentos. Nós não saímos.

Ao entrar em minha sala, todos os dias, peço pelo amor de Deus para não haver acidente com algum colaborador nosso, porque alguns não conseguem entrar para dar aula. É muito triste, mas essa é a verdade.

Hoje, desse quadro, estamos atuando em 21 municípios, o que significa 82% do PIB da indústria. Então, estamos cobrindo, praticamente, toda ou uma grande totalidade da nossa participação na indústria.

Temos três grandes desafios mapeados pelos nossos Conselhos, pelos nossos Executivos, pelo Presidente Eduardo Eugenio, que aqui estou representando. Temos uma discussão de conjuntura econômica que será apresentada e diremos como estamos enfrentando isso.

Como a Wilma já colocou, o grande desafio de desaprender para aprender de novo, numa nova economia, num novo modelo mental do consumidor: a nova economia. Entender as novas aspirações que eu vi aqui - temos o Tito Ryff, do Sebrae, temos o Regase - com um papel importantíssimo no modelo das aspirações do novo consumidor. É isso o que estamos pregando aqui.

Especificamente, chamo atenção para a nova pesquisa, recentemente, que fizemos: no mínimo 60% das profissões, funções hoje, não existirão entre cinco e dez anos.

O nosso desafio, de todos aqui, é como iremos enfrentar essa discussão: currículo, grade curricular do século XIX, com algumas alterações em andamento; escola e professores do século XX e alunos do século XXI. Esta equação não fecha.

Se não realizarmos um trabalho comum, em conjunto, não teremos profissionais e aí, como a nossa Secretária falou, não haverá vaga e não teremos a pessoa preparada para a vaga.

Com esse ponto, o nosso desafio é esse. Vocês sabiam que o Estado do Rio de Janeiro é o único no Brasil que há dois anos perde vaga, perde emprego? Há dois anos seguidos o mercado de trabalho, no Brasil, já vem se recuperando, em 2018, e o Rio não recuperou. Está recuperando, em 2019, e o Estado do Rio não recuperou. Então, o papel desta Casa, a Assembleia, é fundamental.

Com isso, com certeza absoluta, vamos enfrentar nos próximos cinco anos um gap, um buraco enorme, de lideranças e formação de profissionais especializados, porque por conta disso as empresas não estão treinando os seus funcionários, pois não sabem se terão que os demitir em seguida. As pessoas físicas não buscam o autoconhecimento, o autodesenvolvimento, porque não têm renda e não têm expectativa de serem contratadas. Então, não tiram o último dinheiro para se desenvolverem.

Isso aqui é um dos grandes desafios do Estado. Não há incentivo ruim. Incentivo é bom para qualquer tipo de serviço desde que seja aplicado. É só ver o exemplo de Resende: em 2000, tínhamos oito prédios com oito andares; hoje, temos cinquenta e quatro com gabarito de quinze. Não existia shopping – hoje, tem um com cento e trinta lojas; um hotel - hoje, tem cinco.

É ICMS ou ISS? Não importa. O desenvolvimento econômico é uma cadeia produtiva: pode-se tratar aqui e recolher ali. Então, temos que ter cuidado, e esta Casa é fundamental para a manutenção e a reversão desse cenário de conjuntura econômica.

O outro ambiente: como estamos preparados para isso – atuação setorial em 14. A gratuidade e qualidade. Mais de cento e cinquenta mil vagas recentes. Em todos os projetos que este Estado recebeu de investimento, estivemos presentes desde o seu início: Thyssen, Nissan, Peugeot, Porto do Açu, Comperj, em todos. Se não existe qualificação, não existe a fonte de renda.

Temos banco de talentos para que as indústrias consigam buscar os seus recursos humanos.

Na década de 80/90, o grande problema da falta de recursos era financeiro. O mundo, hoje, não tem problema financeiro: existe capital. Falta capital humano, qualificado para enfrentar essa situação. Temos que encarar isso de frente.

A Nova Economia exige isso da gente. Isso é o mindset da Nova Economia. Pode estar faltando um item ou outro, mas uma coisa é certa: sem educação de base, sem capital intensivo de investimento em equipamentos, em tecnologia e inovação, sem investimento nas startups, não vamos conseguir enfrentar este mercado que vem da Nova Economia.

Como a Wilma perguntou, vai cortar? Corta na cabeça. Vai cortar no fim? Na indústria, 28,5% do que recebemos do compulsório é mandado para Brasília. Então, cadê o discurso de menos Brasília e mais Brasil?!

Para enfrentar esse ambiente da Nova Economia, estamos com tecnologia de ponta. Se vocês nos visitarem, verão que temos três institutos de pesquisa e desenvolvimento. A maior rede de instituto, hoje, de tecnologia de P&D, no Rio de Janeiro, é o do Senai. Temos três fortes startups, mais empresas com geração de renda. As parcerias na prática.

Um detalhe: hoje, a nossa educação de base é na metodologia de aprendizagem: Ciência, Tecnologia, Engenharia, Arte, Matemática. Lançamos o programa Sesi Matemática que, hoje, é uma metodologia em todos os Sesis no Brasil. Se não focarmos, não teremos esses profissionais para enfrentar a Nova Economia.

Essa metodologia da educação básica Steam não tem mais volta: ou a fazemos ou não a teremos, ponto, não tem conversa, porque não se vai chegar lá para enfrentar esse movimento.

Hoje nós temos uma discussão porque o Senai é uma operação de extremo capital intensivo, de investimento forte. Por que a iniciativa privada não entra no curso técnico da indústria? Porque não dá retorno, porque tem que ter dinheiro, investimento muito forte. Só nós conseguimos operar curso técnico de alta especialização.

Com isso, vamos para o último desafio, as aspirações, o modelo mental. Sobre os profissionais de hoje, pensemos no exemplo da Espanha. Chegamos a ter quase 40% de desempregados jovens oito anos atrás, entre 18 e 25 anos. Hoje a taxa está em 19%, com tendência de queda. Solução: as startups, o empreendedorismo. Amigo Tito, o Sebrae é fundamental e essa grade tem que estar na raiz da educação básica, do ensino médio, do curso técnico e das faculdades. É fundamental esse posicionamento e hoje não é linear esse ponto.

Para encerrar, chamo a atenção para alguns pontos. Primeiro, agradeço a oportunidade, Presidente Chicão Bulhões e todos aqui presentes, de poder externar isso. O sistema hoje, sendo atacado, como já foi dito aqui pela Wilma, desconhece um pouco da nossa entrega. São hoje, em média, no Senai, 85 mil matrículas gratuitas por ano, só no Senai. Temos hoje 4.800 profissionais colaboradores no Estado inteiro e 2.100 são professores e instrutores na rede Sesi/Senai. Então, desarmar a ponta será um tiro no pé, não tenho a menor dúvida, principalmente o Senai. Por quê? Estados, municípios e Governo Federal estão falidos, no sentido de investimento. Como investir na educação profissional, na formação de qualidade se não há dinheiro para investir num equipamento de ponta? Não conseguem nem operar a limpeza da escola técnica, não conseguem operar a Faetec, existe problema de pagamento do Governo Federal e agora ainda acho que estão cortando o dinheiro de novo. Essa equação não fecha.

Nós temos uma média de resultado do Enem, das escolas do Sesi, acima da média das escolas particulares do Estado, então, entregamos uma educação básica de qualidade. No Saep, que é o nosso referencial de educação profissional, hoje o Estado está em sétimo lugar, considerando todos os estados, em relação às melhores notas. Em alguns setores, está até em primeiro lugar de entrega de qualidade no que fazemos para as nossas indústrias.

A parte de egressos, que é a contratação, não é brincadeira. Wilma, na indústria, no Senai, nós estamos com 63% e vocês, com 66%. Já estivemos com 82%. Essa é uma variável completamente atrelada ao desenvolvimento econômico do Estado, completamente atrelada. Isso é muito importante, essa colocação.

Por último, a busca de sinergia do sistema S. A Wilma está aqui presente, a Ana Cláudia Martins não está aqui, a diretora geral. Já estamos conversando com a Regina, também do Sesc, com o Sebrae e nós vamos começar o trabalho de pensar uma agenda positiva juntos, que é fundamental para este Estado. A ideia é trabalhar com vocês.

Sr. Presidente, é com muito orgulho que estou aqui, porque dirigir uma instituição – estou lá há 19 anos – que nos permite ver o resultado final de que a gente transforma a vida das pessoas, é um orgulho muito grande. Todos nós aqui, não só eu, que vivemos esse mundo da transformação, da educação, do conhecimento é que sabemos efetivamente o quanto nos orgulha estar representando o sistema e entregando para a sociedade uma esperança, uma solução.

Muito obrigado. Que tenhamos um bom dia de trabalho.

O SR. PRESIDENTE (Chicão Bulhões) – Anuncio e agradeço as presenças de Pedro Filho, gerente executivo do Instituto Brasileiro de Petróleo; de Marcela Martins, diretora financeira do Rio Convention; de Gil Marques, vice-presidente de fiscalização da CRC do Rio de Janeiro; de Sérgio Luiz de Almeida, superintendente da Sinduscon; de Celso Dantas, vice-presidente da Firjan; de George, diretor da Abav; de Márcio Ayer, presidente do Sindicato dos Comerciários do Rio; de Cláudia Lima, coordenadora de parcerias da Facha; de Luciane da Cruz, gerente de aprendizagem do Ciee, do Rio de Janeiro.

Passo a palavra ao presidente da Fetranscarga, Eduardo Rebuzzi, que dispõe de 15minutos para apresentar O papel do Senat na formação para transporte e logística do Estado.

O SR. EDUARDO REBUZZI – Deputado Chicão Bulhões, demais membros da Mesa, todos os presentes, bom dia. Agradeço especialmente à supervisora do Sest-Senat Rio de Janeiro, Mônica Lira, que está aqui com nossa equipe.

Conforme dito antes, esse é um lado muito positivo, Deputado. Esta Casa já vem há algum tempo se preocupando muito com a economia do Estado do Rio de Janeiro. O Fórum de Desenvolvimento Jornalista Roberto Marinho tem feito vários trabalhos, nós temos participado no setor de logística e transportes, e este aqui é mais um evento que comprova essa preocupação. Nós vemos aqui o comércio, a indústria, agora vai falar o serviço de transportes, todos nós voltamos à preocupação de fazer o Rio de Janeiro reviver. Se não tiver crescimento econômico, se não tiver investimento, nós não teremos emprego, não teremos melhor qualidade de vida para as pessoas que aqui vivem e para os trabalhadores e suas famílias.

Já foi mencionado antes um ponto que não está fazendo parte da pauta, aqui, hoje, mas é sempre importante destacar o aspecto da segurança pública, fundamental para tudo isso que nós estamos fazendo aqui. Porque, se não houver ordem e respeito às leis, infelizmente nada do que façamos vai dar resultado positivo. A segurança pública é fundamental para quem investe aqui, para os produtos. Eu digo isso porque, no transporte de cargas, nós temos noticiado amplamente na mídia a dificuldade que é se transportar produtos para o Rio de Janeiro.

Agora se comemora uma redução, no ano passado, de 20% no índice de roubo de cargas no Estado do Rio de Janeiro, mas 20% em cima de mais de 10 mil casos, liderança nacional, é muito pouco ainda. A percepção que se tem é muito aquém daquela que se poderia ter para melhorar o quadro econômico do Rio.

Falando aqui da busca de melhoria da preparação de nossos trabalhadores, do Sistema S, o Sest-Senat é o mais novo, foi criado há 25 anos; antes estávamos ligados ao Sesi-Senai – o setor de transportes contribuía para o Sesi-Senai. Há 25 anos passamos a ter vida própria e ter recolhimento específico para atender aos trabalhadores do transporte de passageiros, de cargas, autônomos e suas famílias.

Então, eu vou falar mais aqui do serviço nacional de aprendizagem de transporte e vou dar alguns dados nacionais.

Isso aqui é uma unidade tipo C. Foi inaugurada em Caxias no final de 2017. Nós temos outros agora em construção para inaugurar. Essa aqui é a unidade padrão. Antes, nós tínhamos dois tipos de unidades: a CAPT, que era uma unidade maior que ficava na região urbana e os PATs, que eram os postos de atendimento ao trabalhador na estrada, que são os nossos motoristas. Mas agora nós, fruto da experiência que vimos tendo ao longo desses 25 anos, adaptamos a forma de atender ao trabalhador, às suas famílias e à própria comunidade.

Como disse antes, fomos fundados em 1993. Aqui são alguns dados institucionais: formação profissional, educação, saúde, cultura, lazer. Então, os nossos cursos são sempre 100% gratuitos aos trabalhadores. Nós não falamos que são gratuitos, nós falamos que são pré-pagos, porque na verdade alguém está pagando por isso. Conformo já foi mencionado aqui anteriormente, as empresas recolhem na sua folha de pagamento o percentual para o Sest-Senat, assim como para os demais Sistemas S para poder contribuir na formação de mão de obra e atendimento social.

A nossa estrutura organizacional é diferente dos demais sistemas, porque a contribuição é centralizada em Brasília. Aqui, quando se fala, não é crítica, são características diferentes, quando se fala em indústria, a arrecadação do Estado do Rio de Janeiro fica predominantemente aqui, e parte vai para Brasília. Do comércio, é a mesma coisa. Do transporte, não. Transporte, toda a arrecadação vai para Brasília e depois é feita a distribuição para as unidades, para os Estados de acordo com a produção inclusive de cada unidade.

Eu estou aqui anunciado como presidente da Fetranscarga, que é a Federação de Transporte de Cargas do Estado do Rio de Janeiro - só um esclarecimento -, mas na verdade eu assumi, a Carga assumiu em 2019, 1º de janeiro, a presidência do Conselho Regional do Rio de Janeiro. Por isso que eu estou aqui representando o Conselho. Anteriormente, o Conselho era presidido pelo Transporte de Passageiros. E a partir de setembro de 2016 foi instituído um rodízio entre Carga e Passageiro em todo o Brasil. Então, conselhos que eram presididos antes por Passageiros, a Carga passou a assumir e aqui no Rio de Janeiro o contrário.

Então, são 148 unidades em todo o Brasil; 96% dos nossos empregados estão nas unidades operacionais. São quase sete mil trabalhadores no Brasil. E o importante disso é porque, diferente um pouco da indústria e do comércio, uma empresa pode estar sediada no Rio de Janeiro, mas ela atua tanto como Passageiro como Carga em outros Estados da Federação. Então, se você tivesse a arrecadação daquele Estado apenas sendo aplicada naquela unidade federativa, nós deixaríamos de atender a outras unidades e deixaríamos de atender aos trabalhadores. Por isso que foi feita dessa forma e é feita dessa forma como um modo de você poder criar uma raiz, uma rede maior de atendimento em todo o País, inclusive em Estados onde a arrecadação é menor.

Aqui vem a visão de plano estratégico 2019-2023. Visão, missão, valores. Eu não vou me deter a isso, pois são práticas normais de qualquer instituição.

Aqui temos 5,2 milhões de atendimentos em 2002, isso no Brasil, sendo 65% trabalhadores de transporte e 35% comunidades. Então, eu tenho aqui 653 mil alunos capacitados em cursos presenciais, 492 mil em cursos à distância, e 497 mil participantes em campanhas e palestras.

Do Rio de Janeiro, que é parte aqui do total, são 670 mil atendimentos em 2018 no Rio de Janeiro, sendo 72% trabalhadores e 28% comunidade.

Aqui está destacando cada tipo de curso. Curso à distância por exemplo, 49 mil alunos, 1,3 milhão de treinamentos. Foram formados, em 2018, quatro mil jovens aprendizes. Então, temos um universo muito grande de jovens aprendizes, que é importante para a formação, preparação, dos jovens que estão ingressando no mercado de trabalho.

Aqui temos os atendimentos no Rio de Janeiro. Foram 670 mil atendimentos em nove unidades operacionais, são as que temos hoje. Temos mais três para em breve serem construídas, com o terreno já adquirido ou recebido até em doação. Com 280 mil atendimentos de janeiro a abril, o que já projeta para 2019 um número bem superior ao que foi no ano passado. E isso no histórico é o que vem acontecendo.

Em seguida, os cursos presenciais. Se alguém tem uma participação de turmas, que são realizadas nas unidades do Sest-Senat. E temos também o ensino à distância, com turmas que podem entrar no site.

Então, diversos cursos são oferecidos, tanto para a comunidade como para o trabalhador - sempre de forma pré-paga ou gratuita. Para a comunidade com custo bastante reduzido, em torno de R$ 9,00 por mês; alguns cursos podem chegar a R$ 20,00.

Mas também para procurar trazer para o serviço de transporte, tanto de pessoas como de carga, pessoas que queiram ingressar nesse mercado que vem sofrendo bastante também, como já mencionado pelos palestrantes anteriores.

Aqui temos simuladores que são criados, instalados nas unidades. Antigamente, quando você ia treinar um motorista, ele pegava um veículo e ia treinar na rua. Ele saía dirigindo ônibus. Os mais velhos aqui devem lembrar de veículo em treinamento, motorista em treinamento.

Tanto no caminhão como no ônibus, as pessoas faziam treinamento nas vias urbanas e até nas rodovias. Atualmente, isso é mais difícil. A circulação é muito mais complexa. Então, estamos instalando simuladores parecidos com aqueles utilizados na formação de comandantes de aviação, pilotos, de navio e de transporte aéreo.

No Brasil temos 105 já instalados. Estão sendo instalados outros. E no Rio de Janeiro temos seis em funcionamento. Mais de 30 cursos e 2.000 matrículas em 2018. Realmente é um simulador. Tive a oportunidade de conhecer. Você tem todas as condições oferecidas, tanto nas vias urbanas como nas rodovias: tempo, direção, chuva, etc.

Programa Nacional de Eficiência Energética - São cursos que oferecemos para ensinar ao condutor do veículo, ao motorista, como economizar, a direção mais adequada para reduzir a emissão de poluentes, reduzir consumo de combustíveis. E, também, o custo operacional das empresas, que acaba refletindo no custo para a sociedade como um todo.

Efetividade do Desenvolvimento Profissional - Emprega e Transporte. Este aqui é aquele site para você fazer o encontro entre a oferta de emprego pela empresa e o trabalhador que se coloca no mercado. Conhecido hoje em dia pelo Tinder, que é aquele site de relacionamento pessoal, aqui temos um site de relacionamento profissional, desenvolvido pelo Senat.

Temos no Brasil 16 mil candidatos cadastrados, mil empresas, 647 vagas disponíveis. No Rio de Janeiro, 447 candidatos cadastrados, 17 empresas e 18 vagas. Isso está em evolução. À medida que você vai tendo sucesso, mais pessoas vão procurando essa forma de se colocar no trabalho.

Aqui, rapidamente, temos além do Senat, que é o serviço de formação profissional, as unidades que também contam com o serviço social adequado. No início tínhamos outros tipos de atendimento médico, só que o histórico, a experiência nos mostrou qual é a demanda maior dos nossos trabalhadores e seus familiares, até pela atividade que desempenham.

Temos aqui, a nível de todo o Brasil, odontologia, que é o principal; cursos de fisioterapia, foco principalmente no tratamento da coluna. Temos o motorista que fica o dia inteiro sentado no caminhão ou no ônibus, ou no táxi, que também faz parte do sistema; o ajudante de caminhão, que carrega a caixa, que carrega produtos. Então, são exercícios para poder haver a recuperação. Há também psicólogos; combate a álcool e uso de drogas – também, fundamental para isso; nutrição - preparando para que não ingressem em condições desfavoráveis de saúde; cursos de educação para a saúde e também atendimento de esporte, cultura e lazer. 94% são trabalhadores de transporte e 6%, comunidade. E aqui do Rio de Janeiro: mesmos atendimentos; acompanha a média nacional: 94% trabalhadores e 6% comunidade.

Isso é o que eu gostaria de falar. Reforçando, nós - porque vejo aqui as mesmas pessoas, e acabamos nos conhecendo - temos participado, Deputado, de vários debates, e sempre há a preocupação com o fato de o setor produtivo estar com o Rio de Janeiro. Se não houver emprego, se não houver trabalho, se não houver uma economia crescente, o quadro a que nós estamos assistindo no Rio só vai piorar, porque as pessoas infelizmente não vão conseguir trabalho, vão procurar outros meios de sobrevivência, e isso aumenta a violência e afasta mais ainda investimentos no Estado.

Então, eu parabenizo a Casa e coloco tanto o conselho regional do Rio de Janeiro e o nacional à disposição para novos encontros.

Obrigado e bom a dia a todos. (Palmas)

O SR. PRESIDENTE (Chicão Bulhões) – Obrigado, Eduardo.

Convido agora a coordenadora regional e pedagógica do ensino técnico da Faerj, Raquel Lima, que irá falar sobre a educação profissional no contexto do agronegócio fluminense.

A SRA. RAQUEL LIMA – Bom dia a todos.

Mais uma instituição do que se convencionou chamar do nosso Sistema S. Para apresentar o S, que tem o trabalho na capacitação do segmento de grande importância no momento na economia do nosso Brasil, o agronegócio, vamos assistir a um pequeno vídeo.

(APRESENTAÇÃO DE VÍDEO)

A SRA. RAQUEL LIMA - Só uma atualização, porque nosso vídeo é de 2017: este ano nós estamos com uma nova imagem, uma nova identidade, com o nosso arado ali de forma mais global. Não temos mais o Canal do Produtor, mas estamos com um programa na Terra Viva, da Band, o “Agro Forte, Brasil Forte”.

“S” da agricultura no Rio de Janeiro. Como é a nossa atuação? É impressionante como estamos atuando. Em 2018 atuamos em 72 municípios do Estado. Essa possibilidade de abrangência, essa capilaridade que nós temos é muito possível graças à nossa forma de atuar. Por muitos anos, nós falamos que não tínhamos paredes. Nós somos a maior escola da Terra. Em todos esses locais, em todos esses municípios do nosso Estado, nos menores distritos, nos grandes cantões do nosso Estado, nós estamos presentes, em sala de aula, dentro de um curral, dentro da lavoura. Onde há uma produção rural nós atuamos. Isso nos dá essa possibilidade de abrangência.

Isso também só é possível graças ao nosso sistema, por meio da Federação da Agricultura e dos sindicatos patronais rurais, sua grande rede de produtores rurais, e a todas as outras instituições que também participam conosco desse trabalho. Essas instituições são as mais variadas – Prefeituras, Secretarias de Agricultura, Meio Ambiente, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Rio de Janeiro, associações, cooperativas, Sebrae, Mapa. São as muitas instituições que nos dão essa possibilidade, que nos ajudam num levantamento de demanda, num planejamento, numa organização das nossas ações, para que chegue a todos esses produtores, de volta para ele, o que ele contribuiu sobre a produção agrícola, sobre a produção rural dele, com a contribuição também da folha de pagamento dele. Isso retorna para esses produtores, para esses trabalhadores em forma de treinamento, em forma de eventos – praticamente, em todas as nossas ações, de forma gratuita.

De que público nós estamos falando no Rio de Janeiro? Nós estamos falando de mais de 65 mil estabelecimentos rurais, com 67% de pequenos produtores – ali também a agricultura familiar –, 16% de médios produtores e 17% de grandes produtores, numa área que representa 54% do nosso Estado. Então esse é o nosso terreiro de trabalho, esse é o nosso quintal, o cenário em que atuamos.

Quais são as ofertas educativas que nós fazemos para o Rio Rural que conhecemos? Primeiro, a aprendizagem profissional, de que os nossos colegas do outro Sistema “S” falaram. Nós atuamos junto às empresas de produção rural, com a oferta de mais de 25 cursos que são levantados de acordo com a demanda, com a necessidade de cumprimento da cota dessas empresas. Na área rural, há uma média de efetivação muito grande dos jovens – muitas vezes, é o primeiro emprego deles, é a oportunidade que eles têm de trabalhar na área rural –, de 50%.

Neste momento estamos muito felizes porque estamos fechando uma parceria com a Seeduc para montar o projeto Escola Parceira do Aprendiz Rural. Vamos trabalhar dentro dos colégios agrícolas da Seeduc, com uma aproximação do jovem do programa de aprendizagem. Será também um trabalho vocacional, uma vez que ele já está num processo de educação para o setor.

Formação profissional é outra área nossa, talvez a maior de atendimento a todos aqueles municípios. Nós trabalhamos principalmente dentro das grandes cadeias que temos no Estado. A primeira, a pecuária de leite, está predominantemente em mais de 90% do nosso Estado, com a maior empregabilidade do meio rural. Também a pecuária de corte, que é a maior atividade agropecuária, presente em todas as regiões do Estado e que tem uma necessidade de mão de obra muito grande, principalmente pela qualidade genética do nosso rebanho.

Atuamos também na horticultura, no nosso cinturão verde da Região Serrana, com 13 linhas de ação e que, de uns anos para cá, essas linhas cresceram muito, principalmente com práticas agroecológicas e de agricultura orgânica.

Trabalhamos na cafeicultura também, principalmente que abrange a Região Serrana e Noroeste.

E não se pode esquecer, não está ali, também do segmento da cana-de-açúcar, que envolve cachaça, etanol, álcool e açúcar, que também necessita de uma grande capacitação, até para a mudança que hoje se vê do corte manual para mecanizado.

O ranking das nossas ações que mais acontecem, a partir da realização que cada um daqueles municípios tem: mecanização agrícola, por envolver todas as cadeias, bovinocultura de leite, principalmente a qualidade do leite é um grande número de eventos, e o reflorestamento, em que o seu campeão é a proteção de nascentes.

Promoção social é outra ação nossa, que não tem foco na formação profissional, mas na melhoria de vida e também em ganhos.

Apesar de todas aquelas linhas, quero destacar um trabalho na educação, que é a preparação dos jovens para o mercado de trabalho. Chamamos de Prepara Jovem Rural, e temos o objetivo de auxiliar, de aperfeiçoar esse jovem para que ele saia do ensino formal, do ensino médio preparado para o mercado de trabalho. Então, trabalhamos comunicação, a parte de matemática e a parte de introdução à informática, pensando no computador como uma ferramenta de trabalho. Começou no nosso município de Sumidouro, que é um município que tem uma realidade no Estado muito diferente, com 60% da população na atividade rural.

Programas especiais se referem a se pegar uma área específica e trabalhar pela sua importância dentro da formação profissional. Neste caso, nós damos foco ao empreendedorismo, e a gente conta com o Negócio Certo Rural, que é uma parceria com o Sebrae Nacional e Sebrae do Rio de Janeiro, que tem uma atividade bem interessante, que vai desde treinamentos a uma consultoria na propriedade. O Empreendedor Rural, que é um programa nosso que trata desde ser empreendedor e empreender, e Mulheres em Campo, o mais recente para ser trabalhado o empreendedorismo feminino em um fortalecimento da mulher no agronegócio.

Os outros dois programas, Jovens Liderando o Agro, é uma oportunidade de jovens de 22 a 30 anos passarem por várias etapas, tanto municipais, estadual, nacional, chegando a se formar um líder dentro do agronegócio, que é o nosso objetivo do programa.

O programa Sucessão Familiar é a gente pensar na continuidade da nossa atividade rural no Estado.

Em programa especial voltado à área de promoção social, a gente tem um foco na saúde, apesar de estarmos no Rio de Janeiro, é uma preocupação grande com a saúde dessas pessoas das atividades rurais, com isso temos a Saúde da Mulher Rural, em que trabalhamos em parceria com as Secretarias de Saúde, em grande mutirões para a promoção de exames de papanicolau, cuidados com a mama e tantos outros temas voltados à mulher. E o Saúde do Homem, da mesma forma, uma parceria com as Secretarias de Saúde e com a Sociedade Brasileira de Urologia, em um trabalho para a prevenção do câncer de próstata e pele.

Assistência técnica e gerencial é nossa mais nova forma de trabalho. Ela foi iniciada dentro da cadeia da monocultura de leite e a gente expandiu já para as cadeias de corte, cafeicultura e horticultura. Há uma parceria com os sindicatos e o Sebrae. Talvez seja a única atividade nossa em que o produtor faz uma contribuição direta – ele paga um valor a esse técnico e a gente já tem resultados muito expressivos, principalmente dentro da bovino cultura de leite, que é um aumento da produção de leite em 73% nas propriedades atendidas, fazendo com que 64% das propriedades, que eram inferiores a cem litros de leite, dobrassem a sua produção.

Nosso curso técnico em agronegócio, que também tem sido muito procurado, ele é uma formação técnica à distância. Desde 2005 oferecíamos 820 matrículas em oito processos seletivos feitos nos semestres. Ele tem uma média de três candidatos/vaga por concorrência nos processos seletivos. Alguns polos até chegam a mais de cinco candidatos/vagas. Temos o apoio dos sindicatos rurais que transformaram as suas instalações em polos de apoio, então, Barra Mansa, Miguel Pereira, Campos e Sumidouro são os locais onde são executadas as aulas presenciais, porque o curso tem 20% presencial e 80% à distância, e ele tem o reconhecimento do Crea do Distrito Federal.

Os nossos cursos livres de formação inicial continuada de educação à distância aberto são 62 cursos em 10 programas, que vai desde a agricultura de precisão de grãos até a questão de defensivos, uso de defensivos através de satélite, três cursos voltados ao campo sustentável, e ali temos proteção de nascentes à distância, que também é muito procurado, capacitação tecnológica envolvendo todas as áreas desde silvicultura, bovino, corte, empreendedorismo e gestão de negócios. É o nosso negócio rural em parceria com o Sebrae à distância. Gestão de risco, inclusão digital também é outro grande campeão de matrículas, em que nós fazemos desde Excel básico, avançado e até digitação. Minha empresa rural, que envolve associativismo, cooperativismo e sindicalismo e produção vegetal.

Também qualidade de vida tem um grande número de treinamento. De 2015 a 2018, fizemos 734 mil matrículas no Brasil. No Rio de Janeiro, eu não tenho o número atual, mas está em torno de 30 mil e os cursos são todos gratuitos.

E só para encerrar, já apareceu ali a surpresa, a nossa faculdade CNA, nós estamos no momento com nove polos no Brasil todo. Ele tem foco principal em graduação tecnológica e de extensão na gestão do agronegócio e aqui no Rio de Janeiro eu vou pedir para vocês aguardarem um pouquinho, estamos em credenciamento de dois polos para oferecer também a faculdade CNA nos polos de Barra Mansa e Campos dos Goytacazes.

Então, essa é a oferta educativa do CNA do Rio de Janeiro. O Rio Rural também.

Muito obrigada. (Palmas)

O SR. PRESIDENTE (Chicão Bulhões) – Dando seguimento, convido o gerente de políticas públicas do Sebrae, Tito Ryff, para apresentar o papel do Sebrae na geração de emprego, renda e promoção do empreendedorismo.

OSR. TITO RYFF – Bom dia a todos vocês, agradeço o convite que feito ao Sebrae do Rio de Janeiro para participar deste evento, para discutir um tema de enorme relevância e de extrema gravidade para o Brasil, em particular, para o Rio de Janeiro.

O desemprego é, certamente, depois da guerra, talvez um dos principais flagelos sociais, senão o principal flagelo social, e existem várias causas para o desemprego, a principal delas é a recessão econômica, evidentemente, que afeta o nosso Brasil, mais ainda o Estado do Rio de Janeiro nesse momento.

Desde 2014 a situação vem se degradando em termos de atividade econômica, provocando o desemprego crescente em nosso País, em especial no Estado do Rio de Janeiro.

O segundo fator que pode provocar desemprego são as chamadas inovações disruptivas, aquelas que poupam mão de obra.

No Século XIX vivemos isso com muita intensidade, uma reação muito forte do setor trabalhista, o famoso ludismo, quebrando máquinas. Estamos vivendo, nesse momento, no Brasil, em toda a humanidade, em todas economias mais avançadas, um processo desse tipo também.

Em terceiro lugar é o chamado desemprego friccional ou residual, que é aquele que decorre das mudanças estruturais que acontecem numa economia, num processo de desenvolvimento econômico.

Há setores que crescem lentamente ou estão estagnados e outros, ao contrário, estão em forte avanço, em forte impulsão e há, evidentemente um período de transição para que a mão de obra se desloque de um setor para outro e possa se adaptar a essas mudanças estruturais que ocorrem na economia.

Outro fenômeno é o desemprego sazonal, aquele que está ligado a atividades que têm uma sazonalidade acentuada, como a colheita agrícola, por exemplo, algumas atividades linkadas ou vinculadas ao turismo como, por exemplo, a realização de grandes eventos, a sazonalidade devido às estações do ano. Evidentemente, há necessidade que haja mão de obra disponível, muitas vezes na própria região ou próxima da região, que atenda a essa demanda ocasional ou sazonal de mão de obra. Boa parte do restante do ano essa mão de obra fica desempregada ou subempregada. Isso é um mecanismo de ajuste da economia que é natural em todas as economias que têm atividades que tenham uma característica sazonal.

Outro fator que leva ao desemprego é a falta de informação. Muitas vezes há um emprego disponível na própria cidade, quem sabe numa proximidade da residência do desempregado, e ele não tem informação suficiente para saber que aquele emprego, aquela ocupação, está disponível e que pode ter acesso a ela. Então, é também um desemprego de pequena monta, de pequena importância, de pequeno volume, mas que ocorre frequentemente nas economias e pode ser mais grave ou menos grave dependendo, evidentemente, do funcionamento do sistema e informação à disposição das pessoas que estão desempregadas.

Finalmente, há a questão da inadequação da qualificação da mão de obra que, muitas vezes, é muito importante, e no caso do Brasil é muito grave, no caso do Rio de Janeiro em especial também, que é o fato de que existem possivelmente empregos disponíveis, mas não existe mão de obra qualificada ou trabalhadores suficientemente qualificados para atender àquela demanda que existe no mercado.

Pois bem, eu acredito que o Sistema S, no seu conjunto, e o Sebrae certamente, de forma direta ou indireta, procura enfrentar todos esses desafios, seja estimulando processo de recuperação da economia no seu conjunto, ou seja, a superação de um processo de recessão econômica, seja tentando, evidentemente, preparar e qualificar a mão de obra para enfrentar as novas tecnologias disruptivas que estão ingressando no mercado, ou seja lidando com a questão do desemprego friccional, ou da falta de informação, ou mesmo adequando a mão de obra a deslocamentos para atender à necessidade de ofertas de emprego que tenham uma sazonalidade acentuada. E, sobretudo, no que diz respeito a adequar a qualificação de mão de obra nas demandas que existem no mercado.

Esse é um quadro muito rápido, não vou me estender sobre ele, que é um quadro sobre a evolução, relativamente recente, do emprego no Brasil e no Rio de Janeiro. Vocês podem verificar que, até 2014, havia uma evolução favorável da atividade de geração de empregos no Brasil e, também, no Rio de Janeiro, em especial no interior do Estado do Rio de Janeiro, onde passamos de uma quantidade de empregos da ordem de 900 mil para quase 1 milhão e 50 mil. Essa evolução positiva começa a reverter ou inverter a partir de 2014, com o agravamento da crise econômica que afetou o Brasil como um todo.

A quantidade de empresas também demonstra bem o efeito dessa recessão que afeta o Brasil. Nós verificamos que, assim como o emprego, a quantidade de empresas foi crescente até 2014 e, a partir de 2014, há uma reversão nesse processo, excetuando, talvez, o caso do Brasil, que até 2015 continuou a experimentar um crescimento da quantidade de empresas, mas, no caso do Rio de Janeiro, já a partir de 2014, nós vemos, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro e no interior um crescimento, ainda, que começa a decrescer a partir de 2016, e, na Cidade do Rio de Janeiro, que esse decréscimo surge mais cedo, a partir de 2015.

Taxa de desemprego. Vocês veem aí a evolução da taxa de emprego do Brasil, comparada à do Rio de Janeiro e verificam que o Rio de Janeiro, até 2012, tinha uma taxa de desemprego inferior à taxa do Brasil e, a partir de então, a taxa de desemprego no Rio cresce mais rapidamente do que a taxa de desemprego do Brasil.

A taxa de informalidade total também é hoje no Rio de Janeiro mais acentuada do que no Brasil - e a informalidade é um problema grave no Brasil, porque, dentre outras coisas, ela afeta muito negativamente a nossa Previdência Social, já que o informal não recolhe evidentemente a contribuição para a Previdência Social. Esse é um problema grave também que afeta a economia brasileira e, em especial, a do Rio de Janeiro.

Agora, vamos ao tema mais em pauta: a importância das micro e pequenas empresas para o processo de desenvolvimento social e econômico. As micro e pequenas empresas têm papel importante em termos de amortização das crises. Elas são fator importante de geração de emprego e renda. Elas são a porta de entrada de novos empreendedores. Ninguém nasce grande. As empresas começam pequenas, muitas crescem, se desenvolvem e se tornarem grandes empreendimentos. São uma porta de entrada e protagonizadoras também de inovações. Nós vemos isso, sobretudo, no mundo da economia digital. E elas são uma forte presença também nas cadeias produtivas e um elemento de estabilização e fortalecimento das cadeias produtivas.

Está aqui o Regase, de gerência de grandes empreendimentos e grandes investimentos, que trata dessa questão de valorizar a presença das micro e pequenas empresas nas cadeias produtivas. E nós temos grandes cadeias produtivas no Rio de Janeiro. A economia do petróleo é certamente uma delas; a economia automobilística também é outro exemplo de cadeia produtiva importante. Embora nós tenhamos sido capazes de atrair grandes investimentos na área da indústria automobilística, não fomos capazes de atrair empresas fornecedoras de autopeças que pudessem fortalecer a economia regional em torno dessa indústria automobilística que foi atraída com incentivos fiscais para o Rio de Janeiro.

A atuação do Sebrae em prol das micro e pequenas empresas: a capacitação é um dos carros-chefes do Sebrae. Capacitação não apenas para pequenos empresários, mas para gestores públicos em geral e para lideranças regionais. Temos a capacitação para o pequeno empresário, que quer começar no negócio, ou quer fortalecer o seu negócio, desenvolver o seu negócio; para gestores públicos na área, sobretudo, dos municípios, valorizando sempre as políticas públicas voltadas para o desenvolvimento das micro e pequenas empresas; e para lideranças regionais, no sentido mais amplo do termo, que podem ser lideranças empresariais, lideranças do terceiro setor, para também fazer com que atuem em conjunto para valorizar a participação das micro e pequenas empresas.

A informação de mercado é outro papel importante desempenhado pelo Sebrae em prol das micro e pequenas empresas, informação de mercado de todo o tipo. Há ainda a orientação para obtenção de crédito, a capacidade de avaliar o montante de crédito necessário, a capacidade de financiamento de pagamento da pequena empresa, a consultoria empresarial e tecnológica – temos o Sebraetec, que é importante para gerar inovações no âmbito das empresas –, projetos setoriais do âmbito da agricultura, do turismo, da energia e da construção civil também, fortalecendo sempre a presença das micro e pequenas empresas.

O estímulo ao empreendedorismo ou a abertura do primeiro negócio é outra das áreas de atuação do Sebrae. Citamos ainda a inteligência empresarial, a informação estratégica, aquela que se volta para as mudanças de futuro no mercado, a facilitação e desburocratização também dos setores públicos no atendimento à micro e à pequena empresa, dando a elas o tratamento favorecido previsto na Constituição, e a melhoria do ambiente de negócios de maneira geral. Aí entra uma interação entre o setor público e o setor privado, na busca de uma melhoria do ambiente de negócios.

Nós temos, no âmbito da melhoria do ambiente de negócios, o Cidades Empreendedoras, com uma espécie de emulação entre as Prefeituras das cidades, para que elas concedam às diversas micro e pequenas empresas um tratamento favorecido e desburocratizem os seus processos por meio do sistema Rede Simples.

O Líder Regional é uma governança para o desenvolvimento regional. O Sebrae do Rio de Janeiro tem uma grande experiência no processo de promover a interação entre diversos setores da economia. Ainda há pouco recebi um “zap” da Geiza falando da hélice tríplice, ou seja, da necessária interação entre setor público, empresas, universidades, áreas do conhecimento e da tecnologia para promover o desenvolvimento regional.

Existem a preocupação com o ecossistema legal – verifica-se se efetivamente a legislação que procura favorecer a micro e pequena empresa está sendo atendida pelas Prefeituras e pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro, ou seja, é feito um monitoramento do ambiente legal – e a capacitação de gestores públicos. Imagino que estejam aqui representantes das Prefeituras que podem se interessar por esse aspecto da atuação do Sebrae.

Finalmente, as compras públicas são um programa também importante do Sebrae do Rio de Janeiro, com o objetivo de favorecer as micro e pequenas empresas, ou seja, fazer com que Prefeituras e Governo do Estado possam efetivamente dar um tratamento favorecido às micro e às pequenas empresas no tocante às compras públicas. Isso envolve inclusive a merenda escolar e o apoio à agricultura regional, local.

Acho que é só isso, nós agradecemos. Eu contei com a valiosa colaboração da Juliana Lohmann, analista nível III da gerência, e de toda a equipe da gerência de políticas públicas do Sebrae. Sou novato, evidentemente, no Sebrae, então tive que recorrer à ajuda dos universitários.

Muito obrigado.

(Palmas)

O SR. PRESIDENTE (Chicão Bulhões) − Muito obrigado.

Vamos abrir espaço para perguntas. Quem tiver alguma pergunta ou questão para os palestrantes até agora, por favor, levante o braço e chame o Cerimonial, para que possamos recolher as perguntas e seguir com os trabalhos.

Enquanto isso, passo a palavra para Jerusa Marques, gerente de desenvolvimento da Sescoop-RJ, para a apresentação sobre a formação para o cooperativismo como alternativa de geração de renda.

A SRA. JERUSA MARQUES – Nós somos os mais novos, o mais novo “S”, temos 21 anos. Somos esse número, cooperados e empregados diretos: 376 mil no País. No Rio de Janeiro somos 477 cooperativas este ano, estamos com esses totais. Nessa divisão, nós somos 13 ramos no cooperativismo.

No Rio de Janeiro, somos 11 ramos atuando. No Brasil, são 13, atuando na agropecuária, no consumo, no crédito, nas educacionais. Temos dessas aí, no Rio de Janeiro, 12. Nossas maiores cooperativas em número estão aí de associados, empregados.

Temos, no Rio de Janeiro, ativas e regulares, ativas e irregulares, canceladas e inativas. O que significa isso? O Sescoop recebe as cooperativas que desejam se registrar e receber a formação profissional do Sescoop. Então, é o Sistema OCB/Sescoop. A OCB é a parte sindical e o Sescoop faz a atuação da orientação e formação cooperativista. Nosso foco é atender as cooperativas regulares e ativas junto ao nosso sistema. Esses números são de 2018, no final. Nós, hoje, já temos 477 cooperativas ativas no Sinac, que é o nosso sistema de controle, e 279 irregulares dentro do sistema de controle.

Desses números, por ramo, no Rio, a maior parte está no trabalho, no transporte. A gente tem parcerias regionais com o Senat, com os ‘S’ ligados à agricultura – o Senar. Com o Sebrae, fechamos agora uma parceria; o Empretec vai ser uma adaptação para o cooperativismo. Daí, temos alguns números do Estado.

A gente vai parar aqui. Vou pedir para você fechar.

O grande desafio do cooperativismo hoje é ser reconhecido como uma atividade econômica. Nós acreditamos que somos uma alternativa de renda para o Estado. Não somos vinculados à CLT. Somos grupos organizados para uma produção. O Sescoop vem trabalhar na formação e no gerenciamento dessas cooperativas. Temos o exemplo: as Unimeds são cooperativas, as cooperativas de transporte – táxi, transporte alternativo, transporte de cargas – e o nosso foco hoje é trabalhar na gestão.

Estamos numa parceria com universidades fazendo graduação em gestão cooperativista, pós-graduação em gestão cooperativista e mestrado em gestão cooperativista. O nosso modelo começa em 1844, ganhando popularidade no Brasil nos últimos anos. Nossos princípios são adesão livre – qualquer um pode se juntar e constituir uma cooperativa; gestão democrática – todos são donos desse negócio, sejamos 7, 20, 2000 ou 6000, seremos todos donos com voz e voto; participação econômica dos membros; autonomia e independência. Nosso foco é que todos os nosso cooperados tenham promoção educacional, formação e informação a respeito do nosso negócio. A intercooperação é um princípio. Se temos falado da economia circular, isso já é uma atuação do Sescoop ou já é uma atuação do cooperativismo, onde eu sou uma cooperativa de crédito, eu favoreço uma cooperativa de catadores, eu favoreço, com crédito, cooperativas de saúde. Então, podemos gerar, transformar e colaborar com nossos parceiros de negócio. E o interesse pela comunidade, com nossas ações de voluntariado.

Nós trabalhamos, no Sescoop, sempre no fortalecimento das nossas cooperativas. Nós disponibilizamos uma série de cursos e programas de capacitação, material didático e serviços de consultorias criados com foco na profissionalização e aumento da competitividade das nossas cooperativas no mercado.

Como uma agência de educação cooperativista, para o ano de 2019, todo planejamento está sustentado em três pilares: diminuição do custo operacional das cooperativas; aumento da receita das cooperativas e da intercooperação. Nós temos uma série de ações previstas. Uma delas é que estará aberta, a partir do mês de maio, acho que do dia 20, o curso de educação financeira. Nós temos um link. Achamos que todas as pessoas - e aí em qualquer setor - para criarem seus negócios têm que, primeiro, começar a partir da educação financeira, como é que vou gerir o meu negócio. Então, está aberto, a partir do dia 20 de maio, o curso no www.rio.coop., que é o de educação financeira, uma parceria da Unimed – cooperativa de médicos; do Sicredi – Cooperativa de Crédito; do Sicoob – que também é uma cooperativa de crédito - e da Unicred – também cooperativa de crédito. Apesar de serem cooperativas no mesmo segmento, elas se unem em prol de uma identidade coletiva.

Então, o que temos para dispor para essa coletividade é a formação em cooperativismo. É o nosso programa de orientação cooperativista que está disponível para os alunos do Sebrae, do Senar. É uma nova metodologia – velha - que está disponível, uma nova criação de geração de renda que estamos colocando à disposição da sociedade. Não é mais uma carteira assinada, não é CLT. É uma outra metodologia que eu acho que é o que vai mudar para onde o Rio de Janeiro tende a caminhar: pessoas se juntando, fazendo o seu negócio, saindo do individualismo e indo para o coletivo. É essa a proposta do cooperativismo e o Sescoop está nesse empreendimento, acreditando que a relação coletiva é que vai transformar o Rio de Janeiro. (Palmas)

O SR. PRESIDENTE (Chicão Bulhões) – Obrigado.

Nessa segunda parte do evento, vamos apresentar duas importantes contribuições da universidade pública estadual. Uma, através de cursos à distância, e a outra presencial. Ambas as iniciativas convergem para a busca ativa de oportunidades de formação, capacitação e, principalmente, parcerias.

Convido o Sr. Carlos Eduardo Bielschowsky, Presidente da Cecierj, que vai tocar o painel “O papel da Educação à Distância da Fundação Cecierj na formação de pessoas no Estado do Rio de Janeiro.”

O SR. CARLOS EDUCARDO BIELSCHOWSKY – Bom dia, aliás, boa tarde para todos.

Quero começar cumprimentando o Deputado Chicão. Parabenizá-lo, parabenizar também o Presidente da Casa, Deputado André Ceciliano, e a Coordenadora do Fórum, Geiza Rocha, por essa importante iniciativa e também por dar oportunidade de apresentar o trabalho da Fundação Cecierj em todo o Estado do Rio de Janeiro, em prol da formação de pessoas.

A Fundação Cecierj atua em três grandes linhas: uma, com educação de jovens e adultos, em torno de 80 mil alunos, em cursos de graduação e na rede CEJA, que são cursos de Ensino Fundamental e Médio, e também no pré-vestibular Social.

Uma segunda grande linha são cursos de Formação Continuada para professores da rede estadual, para outros profissionais de interesse do Estado do Rio de Janeiro, como o convênio que fizemos com a Secretaria de Cultura. Agora, quero cumprimentar o colega da Secretaria de Turismo, convênio importante para também poderem atuar junto aos funcionários da rede de Turismo.

A terceira grande linha é a área de Divulgação Científica.

Quero apresentar para vocês o mapa dos lugares onde temos unidades. Portanto, estamos localizados praticamente em todo o Estado do Rio de Janeiro. Cada pontinho desse é uma escola ou um polo nosso de Educação à Distância.

Eu gostaria, primeiro, de destacar que utilizamos atendimento presencial e à distância, ou seja, utilizamos ambas as perspectivas. Os cursos, por exemplo, de Ensino Fundamental e Médio têm um componente presencial mais forte. Os universitários do 1º ano, o eixo horizontal é atendimento presencial e o eixo vertical é o atendimento virtual. Misturamos os dois, partindo de cursos bastante presenciais até cursos que têm componente praticamente só no espaço virtual.

Quero apresentar, em particular, dois projetos importantes, que são os Centros de Educação de Jovens e Adultos. Nesse sentido, há um espectro de colaboração muito grande. Eu estava conversando com a Wilma e com outros colegas. Olá Tito, estava te procurando. É um prazer estar com o Tito, um querido amigo que, há muito tempo, eu não via.

O SR. TITO RIFF – Colegas de muitas coisas!

O SR. CARLOS EDUARDO BIELSCHOWSKY - Temos como fazer um grande trabalho de colaboração nesse sentido com o Senai, Senac e outros parceiros. É uma rede de 57 escolas para jovens e adultos. Aqui tem a fotografia de algumas das nossas escolas, localizadas em todo o Rio de Janeiro. No município do Rio são sete escolas. Utilizamos, enfim, uma matriz curricular de habilidades, competências e conteúdos, quer dizer há uma dinâmica curricular que movimenta o aluno. Temos o material didático. o atendimento presencial e virtual ao estudante, enfim, há toda uma tecnologia que, podemos dizer, tenta pegar diferentes jovens e adultos, sendo que uns precisam mais de atendimento presencial e, outros, podem trabalhar melhor no espaço virtual.

O diploma é da Secretaria de Educação, portanto, certamente reconhecido. É uma escola como outras escolas da Secretaria de Educação, só que administradas pela Fundação Cecierj.

Outro projeto que eu gostaria de trazer com bastante cuidado nosso, que tem importância no Estado do Rio de Janeiro, são os cursos de graduação semipresenciais do Consórcio Sederj, que o Tito viu nascer, quando Secretário, há muitos anos. É um Consórcio que envolve todas as universidades públicas. Nesse momento, oferecem cursos a Ufrj, Uerj, Uni-Rio, Rural, UFF e o Cefet.

Estamos com as outras instituições entrando. Ontem eu estava na Uezo que também irá apresentar cursos no Consórcio. O corpo docente pertence às universidades consorciadas e o diploma é das universidades.

Os alunos têm material didático, têm tutoria presencial, duas horas por semana. Portanto, são cursos semipresenciais. Laboratórios didáticos, microscópicos. Os cursos de biologia têm laboratório com microscópios; são cursos de muita qualidade. As avaliações são presenciais nos polos regionais. Os alunos têm um ambiente virtual, que é muito utilizado, mas, à medida que o aluno vai avançando no curso, ele tem uma utilização maior, e existem os polos regionais, onde os alunos estão.

Aqui há algumas fotos dos polos regionais.

Nós temos 33 polos em todo o Estado, vários deles em Cieps. A gente ocupa o último andar do Ciep - e lá é um bom ambiente – e, durante o fim de semana e de noite, todo o Ciep. Então, a gente tem 33 unidades que estão em diferentes lugares. É sempre um lugar adequado, onde não se precisa fazer um grande investimento para poder instalar esses polos.

Aqui são vários outros polos.

Hoje, são 700 professores nas universidades, que coordenam as disciplinas; há os instrutores presenciais, instrutores à distância. Estamos falando de, aproximadamente, 3 mil profissionais que atuam nesses cursos.

A estrutura é colegiada. Temos o Conselho Superior, composto pelos reitores; o Conselho de Pró-reitores de Graduação. Há uma estrutura colegiada, como se fosse uma universidade com o seu Conselho Universitário, com o seu Conselho de Ensino e Pesquisa, só que congrega todas as universidades do consórcio. Pertencem a esses Conselhos membros das universidades que têm cursos ativos - o Cefet, o Instituto Federal do Rio de Janeiro e outros que estão produzindo cursos, como a Uezo que ainda não têm curso ativo; o Cefet já tem, por sinal.

Aqui está o leque de cursos oferecidos. Temos 58 mil alunos ativos de graduação e 50 mil alunos ao todo entre ativos e ainda com matrícula trancada.

Os cursos são os mais diversos possíveis. Há as licenciaturas, os tecnólogos de informática. Nós temos um leque grande de cursos de graduação, cujo diploma é das universidades públicas. São cursos gratuitos. Nós temos cursos de administração pública, de licenciatura, ciências contábeis, engenharia de produção, ciências contábeis da UFRJ. Nós procuramos cursos que tenham um forte impacto no desenvolvimento do Estado, como são os cursos de licenciatura. Hoje, uma parte razoável dos professores de matemática e física, jovens, que atuam no interior do Estado, são formados pelo Consórcio Cederj.

Eu gostaria de destacar aqui, com muito orgulho, os resultados do Enade dos alunos de Educação à Distância do Consórcio Cederj, comparando com os resultados do Enade das nossas universidades presenciais. Então, eu comparo o resultado do aluno de educação à distância em física do Consórcio Cederj com o aluno de educação presencial de física da UFRJ, da UFF. O que nós observamos é que os resultados do Enade dos alunos do Consórcio Cederj são totalmente equivalentes - uns melhores, outros piores – aos resultados do Enade das universidades públicas. Esses alunos são das universidades públicas na modalidade à distância. E os alunos presenciais têm um resultado bastante parecido, bastante equivalente. Eu não sei se o Tito lembra. Quando nós fizemos esse consórcio, morríamos de medo de que o resultado não fosse compatível. Hoje, a gente tem essa tranquilidade, viu Tito? Os resultados são absolutamente compatíveis.

Os resultados do Enade das universidades públicas do Rio de Janeiro - presencial e à distância - são os melhores do país. Significa que essa preocupação com a qualidade da formação do Consórcio está vencida; a gente tem muita tranquilidade.

Temos toda uma área de divulgação científica com o Museu Ciência e Vida; temos o Programa Jovens Talentos da Ciência, que oferece oportunidade de os alunos do ensino básico das escolas públicas fazerem um estágio nos melhores laboratórios nas universidades do Brasil; temos uma feira de ciência, enfim, uma série de outros programas de divulgação científica.

De novo aqui, eu coloquei o mapa da nossa oferta no Rio de Janeiro para entender que a gente está falando de Ensino Fundamental, Ensino Médio, pré-vestibular social, Ensino Superior, distribuídos em todo o Estado do Rio de Janeiro com oferta pública e gratuita.

Quero usar – não se a Geisa está nos ouvindo – esses 25 minutos que me restam, imagino eu, para falar um pouco dessa questão que está sendo abordada pelo Fórum. Entendo como sendo de importância vital que possamos alinhar as ações que todos nós fazemos –cumprimento a Subsecretária da Secretaria de Desenvolvimento porque acho que isso é muito importante.

Eu coloquei aqui uma transparência – depois vou passá-la – que mostra a oferta de todas as universidades públicas no Estado. Oferta dos alunos da educação a distância das universidades: eles representam 25% de todos os alunos das universidades públicas. Logo depois vem a Universidade Federal do Rio de Janeiro, com 20% da oferta. Enfim, temos esses dados todos. Eu coloquei isso só para mostrar a distribuição da oferta das universidades públicas. Não dá para ver, mas eu vou destacar para vocês a distribuição da oferta das universidades públicas em termos de municípios no Estado do Rio de Janeiro.

Da oferta pública de ensino superior, 53% estão localizados no Município do Rio de Janeiro, 15% em Niterói e 6% em Seropédica, por causa das públicas do Rio, por causa da UFF e por causa da Rural. Vamos descendo e percebemos que pelo menos 65 municípios não têm nenhuma oferta significativa de educação presencial, têm sim, de educação a distância.

Trouxe aqui esses dados só para destacar um dos elementos que ressaltam a importância de se fazer um planejamento estratégico do ensino superior e da oferta, que é muito bem-vinda e muito bem realizada pela iniciativa privada, tanto no ensino superior quanto no ensino da formação continuada, envolvendo a Faetec, envolvendo o Sistema S. Acho isso absolutamente compatível.

No caso do ensino superior, essa transparência mostra que a oferta, a nossa oferta pública, poderia ser repensada dentro de um planejamento estratégico – é apenas um dos elementos. Sobre apenas o ensino superior, eu trago essas questões para discussão, para o interior deste Fórum. Será que a distribuição da oferta pública é bem balanceada nos diferentes municípios do Estado do Rio de Janeiro? Isso nós já vimos que não. Será que a nossa oferta pública e a própria oferta privada dos diferentes segmentos, por exemplo, do setor de cooperativismo, estão balanceadas entre si? Será que elas têm um olhar para o mercado de trabalho? Eu acho que, obviamente, não.

Acho que cada um trabalhando no seu canto leva a uma perspectiva que não é sistêmica. Eu acho que carece – é muito bem-vinda esta iniciativa do Fórum e eu, mais uma vez, parabenizo a Geiza, o Presidente da Casa e o Chicão – e é muito importante uma visão sistêmica de toda essa oferta, que acho que é exatamente a proposta deste Fórum.

Outra questão que levanto, só para finalizar: será que estamos olhando nas universidades públicas para as profissões do futuro? São apenas algumas questões. Certamente, nós estamos olhando; certamente, nós estamos preocupados com a distribuição dos municípios. O Consórcio Cederj nasceu exatamente para tentar levar as nossas universidades públicas, concentradas no Rio de Janeiro, para o interior do Estado. Isso está acontecendo, mas imagino que não é suficiente.

Termino aqui ressaltando a minha convicção sobre a importância de um planejamento estratégico envolvendo os diferentes atores do Estado do Rio de Janeiro para que possamos, então, ainda mais num momento de crise como este pelo qual passamos, potencializar o que temos em prol do desenvolvimento do Estado.

Agradeço a todos, é um prazer estar aqui. Muito obrigado.

(Palmas)

O SR. PRESIDENTE (Chicão Bulhões) − Muito obrigado.

Agora, para apresentar os desafios da captação de parcerias com a indústria local, aprendizado de campo, convido o pró-reitor de extensão da Uezo, Edmilson Monteiro de Souza.

O SR. EDMILSON MONTEIRO DE SOUZA – Bom dia a todos!

Na presença do Deputado Chicão Bulhões, saúdo toda a Mesa e agradeço, em nome da minha reitora, professora Maria Cristina de Assis, e da vice-reitora, Luana Moraes, por esta oportunidade que a Uezo está tendo. Agradeço também à Geiza, não somente por hoje, mas também por todo o apoio que tem dado à Uezo por todo esse tempo em que, pelo menos, faço parte do Fórum Permanente de Desenvolvimento.

O nosso objetivo aqui é falar de um case de sucesso da Uezo, com relação ao aprendizado de campo com parcerias com a indústria local.

Devido ao tempo, a nossa palestra será dividida. Farei um breve histórico da UEZO; os cursos; o próprio tópico e outros desafios paralelos não necessariamente relacionados a empresas, mas empreendimentos que temos feito com relação à população em geral da Zona Oeste.

Para quem não sabe, hoje, a Zona Oeste pode-se dizer que é a maior região, pelo menos do município, com o maior PIB, inclusive quando se analisa o Município do Rio de Janeiro como um todo, quiçá, até do Estado.

Bem, a UEZO está localizada no Bairro de Campo Grande, hoje, dentro de um complexo onde existe o Colégio Sarah Kubistchek, uma unidade do CEDERJ e a própria UEZO em si.

Fomos criados em 2005, atrelados à FAETEC. Em 2009, conseguimos a nossa autonomia pela Lei nº 5380. Inclusive estamos com um projeto para modificar essa lei, porque nos impede de realizarmos algumas ações que poderiam, inclusive, favorecer o Rio de Janeiro em termos de crescimento. Então, desde 2009, temos a nossa autonomia.

O formato da UEZO é um pouco diferente das demais IEs do Estado com relação ao ensino superior, porque a UEZO não possui cursos da área de humanas. Temos graduação tecnológica, que são os nossos tecnólogos: Análise e Desenvolvimento de Sistema e Tecnólogo em Construção Naval, inclusive, é o primeiro objeto do curso do CEDERJ. Na área de graduação plena: Ciências Biológicas com modalidade Produção Biotecnologia, modalidade de Gestão Ambiental. Temos Ciência da Computação, a nossa Escola de Engenharia, que é Produção, Materiais e Metalurgia. Temos também Bacharelado em Farmácia.

Por que esse formato da UEZO? Por ser na Zona Oeste, ela foi totalmente direcionada para o polo empresarial e industrial daquela região. Por isso não temos até o presente momento curso de Humanas e não existe projeção de se criar um curso nessa área.

Em termos de pós-graduação: Mestrado Profissional em Ciência e Tecnologia de Materiais, Mestrado Profissional em Ciência e Tecnologia Ambiental. Temos um Mestrado e um Doutorado em Biomedicina Transnacional, uma parceria Uezo Inmetro e Unigranrio.

Botei um asterisco ali, porque temos interesse de abrir novas frentes de trabalho em termos desse tipo de Mestrado e Doutorado com outras instituições. Por exemplo, na área de TI, não temos. Temos interesse em criar alguma coisa nessa área em parceria com outras instituições. Mais à frente explico por que disso daqui.

Em termo de pós-graduação lato sensu estamos lançando Engenharia de Segurança do Trabalho, em Logística Empresarial e, também, Engenharia de Manutenção.

Qual é o foco dos nossos certificados? A chancela universitária de uma instituição pública.

Como na universidade é difícil não introduzir esse tema sem falar um pouquinho da indústria 4.0. Por quê? Tão importante como gerar novas áreas de trabalho, novos postos de trabalho, é não perder o que se tem. A estimativa é que se pode ter uma perda líquida de 5 milhões de empregos, por quê? Porque a tendência da revolução 4.0 é que boa parte do que se tem, se não for atualizado, modificado, se não se fizer alguma coisa, vai deixar de existir. Então, ou nós, principalmente como instituição pública, mudamos a nossa forma de atuação ou a tendência será você não vai aumentar o posto de trabalho, você vai simplesmente substituir e vai estagnar. Resumindo: você nunca vai equacionar a questão de ganho e perda. Você só vai perder e manter o pouco que tem.

Pensando nisso, em 2011, tivemos um sonho, que seria a criação do Conselho de Cooperação Tecnológica da Zona Oeste. Poxa, Edmilson, mas por que 2011 se a UEZO “nasceu” em 2005? Em 2005, não tínhamos autonomia. Em 2009, ganhamos a nossa autonomia e ficamos dois anos no período de desenvolvimento. O Conselho seria formado por toda a cúpula da Reitoria da UEZO: Reitor, Vice-Reitor, os três Pró-reitores, com exceção do de Finanças, os empresários e industriais da região.

Só para lembrar aqui que temos, hoje, o Polo Industrial de Santa Cruz, o Polo Industrial de Bangu, Polo Industrial de Campo Grande, Itaguaí – que é muito próximo da Zona Oeste, mais ou menos 20 quilômetros, que também tem um Polo Industrial, fora o Polo Comercial de Bangu e de Campo Grande. Então, é uma região muito rica.

O objetivo seria discutir as questões relacionadas ao desenvolvimento tecnológico das empresas da Zona Oeste e de que forma a UEZO poderia interagir com soluções inovadoras na qualidade de pesquisa e desenvolver planos e projetos com viés de ampliar a área de atuação das empresas da Zona Oeste.

A primeira problemática encontrada nessa área: convencer as empresas de que para que uma instituição pública de ensino e uma empresa tivesse uma relação, não precisaria ter a intervenção de políticas públicas de fomento, isto é, poderia haver uma interação direta, a empresa e universidade. Não preciso de um edital Faperj e um edital CNPq para poder desenvolver isso.

E aí, nós encontramos essa grande problemática que, primeiro, os nossos polos industriais da Zona Oeste, eles não interagem entre si, eles são muito individuais. Dentro do mesmo polo, você tem múltiplas empresas com missões diferentes. Você não tem um polo direcionado, um polo só metalúrgico, um polo só de materiais, um polo só farmacêutico. Depois, as filiais não têm o foco de inovar. Elas compram ou da matriz ou de filiais de outras instituições. Isso foi tudo foco de pesquisas nossas. A própria comunicação do pesquisador com o empresário, porque o idioma é diferente, enquanto um está falando português o outro está falando chinês, propriamente dito. É complicado. O próprio marco legal da inovação que hoje está um pouco melhor, mas até então, na época era muito difícil, e questões de burocracia em excesso, credibilidade, competência, que eram paradigmas que tínhamos que vencer.

A primeira tentativa nossa de tentar quebrar esse paradigma, criamos o nosso mestrado profissional. Isso é, como ferramenta estratégica para a inovação na indústria. Não vou falar o que é um mestrado profissional, mas o objetivo é que, diferente do acadêmico, onde todas as dissertações são voltadas simplesmente para a área de pesquisa interna, o foco do mestrado profissional é pegar um problema que esteja dentro da empresa, trazer para dentro da universidade, e a universidade auxiliar na solução.

Aí nós criamos os nossos mestrados, o de ciência e tecnologia ambiental, ciência e tecnologia de materiais, e já pensando de que forma os indivíduos, que pertencem a esses distritos industriais, poderiam vir fazer dissertação conosco. Então, gratuito, porque nós somos instituição pública, colocamos eles, noturno, duas vezes na semana, edital público, sem provas para poder entrar, de forma que currículo, defesa de memorial e apresentação do projeto de pesquisa que tinha que ter. O que aconteceu? Vários profissionais, não somente daquelas empresas que eu coloquei ali vieram, nós tínhamos profissionais dessas empresas, mas nós não tínhamos as empresas conosco. O que aconteceu? O indivíduo veio, ele se inscreveu, mas ele não foi no setor de desenvolvimento das empresas buscar o tema. Consequentemente, as primeiras dissertações tinham cunho acadêmico, isto é, o tema acabava sendo modificado pelos nossos pesquisadores e, infelizmente, o mestrado que era profissional, acabou se tornando acadêmico. E não houve produção de propriedade intelectual nos primeiros anos.

E qual é a consequência disso aí? Todo mundo perde. Primeiro, a empresa perde por quê? Ela perde uma grande oportunidade de gerar capacitação gratuita, porque afinal das contas, o profissional dela estaria vindo para dentro da universidade sendo capacitado gratuitamente pelo servidor público, professor docente.

Deixo bem claro aqui que todos os professores da Uezo possuem doutorado, isso é norma da Uezo, é a lei da Uezo. Perde a própria universidade, porque não gera propriedade intelectual e o meu ranking com a CAPES diminui.

E, por último, perde o candidato que eu acho que é tão importante quanto. Ele não possui acesso à estrutura da empresa para desenvolver o projeto dele. O nosso objetivo não é que o projeto dele seja desenvolvido 100% na Uezo, seja desenvolvido dentro da linha de produção da empresa. E perde a oportunidade de ascender na empresa como gestor de C&T que é a nossa preocupação de hoje por causa da indústria 4.0. É pegar aquele profissional que poderá, no futuro, ser descartado e dar uma nova missão, uma nova visão da empresa com relação a ele por ser um profissional que inova.

Ciente de que nós trouxemos o profissional, mas não trouxemos a empresa, mudamos a estratégia, isto é, fizemos literalmente uma campanha, trabalho de formiguinha, o que era antes um mestrado, que era uma forma de empreender, agora virou, mestrado profissional stricto sensu, ferramenta gratuita de aprimoramento de recursos humanos para o desenvolvimento de soluções inovadoras, geração de propriedade intelectual nas empresas. De professor virei vendedor. Por quê? Eu tinha que ter uma forma de interagir com setores de desenvolvimento e quebrar aquela descrença de que universidade pública não teria competência de lidar com instituições privadas cujas sedes estão nos melhores países onde se tem melhor tecnologia.

O que nós fizemos? Muita visita e palestra nas indústrias, visita às empresas na divulgação dos programas de pós-graduação, realizamos vários workshops para os profissionais. Por quê? Não tínhamos empresas, mas tínhamos funcionários. Ensinamos os funcionários a como identificar, eles mesmos, os programas, incentivar outros profissionais da empresa a virem com os problemas, inclusive mudar a visão dos seus gerentes, porque muitos desses nossos alunos são gerentes dessas grandes empresas.

E uma outra coisa que é o seguinte: pode não parecer, mas faz muita diferença, que seria a participação maciça em comissões, GTs, principalmente relacionados a empreendedorismo e inovação tecnológica. O que se construiu de network, a UEZO, participando no Fórum, foi muita coisa, é muito importante.

Os louros que começamos a colher com relação a isso.

Temos uma interação direta com o setor de desenvolvimento da Casa da Moeda do Brasil. Hoje, eu não trago o profissional. Eu vou ao setor de desenvolvimento, eles já enviam o profissional com o gargalho tecnológico. Fábrica Carioca de Catalisadores, Itaguaí Construções Navais, Marinha do Brasil, tem algumas outras também que já estamos conveniando nesse modo de trabalho, ainda não tenho autorização de citar aqui, mas para essas quatro, pelo menos, já temos esse viés, inclusive com patentes em desenvolvimento.

Tem o Polo do Marka, importante empreendimento, que à CET está vinculado, mas fruto desse trabalho todo de interação. A UEZO conseguiu se vincular independente da CET, que é uma vitória nossa também.

Saindo um pouquinho do lado da empresa, embora o foco aqui seriam as indústrias, também temos alguns tipos de trabalho em desenvolvimento já voltados para os grupos locais, onde nossa frente de trabalho tem sido muito o empreendedorismo. No caso, temos os cursos de inovação em modelo de negócios e lei de negociação para empreendedores, todos voltados para empreendedores da Zona Oeste, que é o local onde a Uezo está situada.

Temos projetos na área de ferramenta de gestão, cooperativa com a Zona Oeste, onde temos uma parceria com a Spland, que acho que, no caso, muito parecido com a Sescoop, podemos trabalhar muito.

Temos também uma parceria com o Sebrae, que está em desenvolvimento, voltada para essa área de cooperativismo. Temos também agora uma frente de trabalho voltada para empreendedores locais da Zona Oeste, onde já fizemos um curso. Vão ser custos semestrais, cada curso dele são semanais, serão dez palestras por semestre, voltadas à propriedade intelectual para empreendedores.

Já fizemos o nosso primeiro workshop, na semana passada, no dia 1º de maio, com lotação no local, voltada já para empreendedores locais. E temos um projeto-piloto visando a revitalização do Parque Estadual da Pedra Branca, que é um importante sítio de turismo da Zona Oeste. Nem todo mundo conhece, mas é gigantesco, que vai desde Deodoro até à Barra da Tijuca, então, é muito grande essa área.

Hoje, temos um empreendimento, ainda está muito embrionário, que seria para fazer uma valorização, utilizando as escolas de Ensino Fundamental e Médio, o conhecimento do nosso setor de ciências biológicas, e outras instituições parceiras que queiram somar forças conosco.

Um sonho nosso, o nosso futuro campus na Avenida Brasil, fica próximo de todos os parques tecnológicos dali, onde de um total de área, que não lembro de cabeça aqui. O nosso campus em si vai ocupar somente 1/3 e 2/3 desse campus vai ser para receber empresas e instituições que queiram se instalar ali, formando um grande parque técnico e empresarial da Zona Oeste.

Obrigado. (Palmas)

O SR. PRESIDENTE (Chicão Bulhões) – Obrigado.

Até aqui já podemos ver que há diversas ações em curso e se esse painel fosse um pouquinho mais longo certamente identificaríamos aqui, entre as instituições que compõem o Fórum, muitas outras iniciativas que podem contribuir para fortalecer essa rede, em prol da criação de novas vagas de emprego em nosso Estado.

Vamos seguir agora com a parte final apresentando duas ações em curso que contribuem para ampliar a capacitação. Uma é na área de bares e restaurantes e a outra é na área de tecnologia da informação e comunicação.

Começando, convido a Coordenadora de Comunicação do SindRio, Daniela Cajueiro, para apresentar o Programa Gestão e Carreira e os desafios da capacitação no setor de bares e restaurantes.

A SRA. DANIELA CAJUEIRO – Bom dia a todos.

O SindRio, que é o Sindicato de Bares e Restaurantes do Rio de Janeiro, representa 11 mil estabelecimentos do meio de alimentação do Rio de Janeiro, entre quiosques, bares, restaurantes, lanchonetes, sendo que, desses 11mil, 1.900 são associados; estamos falando de 110mil empregos no Município do Rio de Janeiro.

Temos sede própria e uma parte de cursos, sendo que esta, no ano passado, passou por uma reformulação, uma restruturação. Fizemos uma pesquisa, que mostrou essa demanda do mercado. Conversamos com os associados e eles apresentaram que a necessidade maior era na área de garçom/garçonete, atendimento com foco em vendas e gestão de restaurante com foco em resultado. Essa parte de cursos sofreu uma restruturação para atender a essa demanda. Fizemos essa reestruturação em toda a grade de cursos.

O que mostra esse mercado? Qual a sensação da mão de obra do setor de bares e restaurantes? Nessa área, a pessoa não tem uma visão de carreira; ela está ali, mas não entende que pode seguir uma carreira nesse setor. Com isso, mostramos para ela que pode, sim, seguir essa área e que podemos apresentar para ela no Sindrio esses cursos. Temos cursos na área de atendimento, gastronomia, gestão e hotelaria; damos palestrar gratuitas na área jurídica e tributária ligadas ao dia a dia de bares e restaurantes. Temos também a preocupação constante com a qualificação técnica. Apresentamos os conteúdos para debater os ambientes de negócios. Estamos ali para atender à mão de obra e aos gestores de bares e restaurantes.

O diferencial dos nossos cursos é que são de curta duração; com preços competitivos, abaixo do mercado; e damos desconto de 50% para associados. Estamos próximos ao trade; além disso, temos a proximidade com o mercado, o contato com os donos de bares e restaurantes. A pesquisa deixou bem claro que um funcionário treinado fica sempre mais motivado.

Nossas disciplinas são, na área de gastronomia, pizzaiolo, saladeiros, sushi e sashimi, cozinha italiana, crepes e tapiocas, hambúrguer; na área de atendimento, temos barman, mâitre, garçom/garçonete, gestão, serviço, atendimento e excelência no atendimento; na área de gestão, temos como abrir um restaurante, gestão financeira. Temos uma grande gama de disciplinas. São mais de 20 cursos na grade.

Quanto aos nossos canais de divulgação, toda semana enviamos newsletter para 12mil usuários, e o nosso site tem uma média de 8mil acessos ao mês.

Quanto aos números de treinamento, em 2018 foram mais de 2.300 alunos treinados em 100 turmas. Oferecemos atualmente 3 palestras gratuitas por mês. Os cursos mais procurados de 2018 foram barman, camareira e cozinheiro.

Nossas parcerias no ano passado e que repetimos este ano são um programa chamado Pró-bar, em que capacitamos gratuitamente 30 bartenders lá dentro; e com a Ibravin, onde fazemos degustações de espumantes nacionais. Estamos abertos a novas parcerias porque temos todo interesse.

Os desafios do cenário econômico e tributário são pouco favoráveis para a cidade e para o segmento, como muitos já falaram aqui. Trata-se do receio da perda do profissional qualificado, algo que muitos empresários apresentam; os próprios empresários têm medo de investir na capacitação do seu funcionário porque acham que vão perdê-lo para a concorrência.

Temos também a limitação do alcance dos canais de divulgação, porque nosso público é o empresário, mas queremos também falar com o público final, que é a mão de obra. Assim, acabamos indo para os canais de ponta, como Facebook, mas não encontramos a mão de obra da ponta. É importante fazermos parcerias para tentarmos alcançar essa mão de obra da ponta, para conseguirmos falar com esse público.

Aqui são as oportunidades, formação de turmas in company. Quer dizer, nós estamos sempre em contato com os empresários para tentar entregar essa mão de obra. Conseguimos montar cursos personalizados para eles. Por exemplo, eles precisam de um curso, de uma formação. Nós temos cozinha lá dentro. “Ah, eu quero formar cozinheiros, estou precisando agora de uma turma de cozinheiros específica e tal.” Nós temos capacidade de levar essa turma para dentro, de levar o pedido para o SindRio para eles capacitarem essa turma específica. “Ah, eu estou abrindo um restaurante novo.” Eles podem levar uma turma para capacitá-la lá dentro ou nós podemos formar um curso de gestão, liderança etc., levar um professor para dentro do estabelecimento dele, para fazer essa formação lá. Nós conseguimos levar uma pessoa responsável para lá para ver do que ele está precisando para a formação tanto de um restaurante que está abrindo quanto para avaliar as necessidades do que já está aberto.

Não temos hoje curso EAD. Claro que para a gastronomia é complicado, mas para a parte de gestão é possível. Então, temos esse horizonte, temos esse interesse.

Temos um banco de currículos hoje, mas, como falei há pouco, o próprio empresário não expõe tanto a vaga dele ali. O funcionário que vai lá fazer o treinamento acaba de fazê-lo e já cadastra o currículo, mas os empresários não colocam tanta vaga. Vimos em encontros anteriores que existem programas vindo aí, de vagas. Temos muito interesse em fazer esse encontro, disponibilizar as vagas para as pessoas que estão se capacitando lá e colocá-las nesses programas.

Estabelecemos parcerias com outras instituições de ensino porque achamos que temos como complementar essa formação rápida com outras instituições.

É isto. Muito obrigada pela atenção.

(Palmas)

O SR. PRESIDENTE (Chicão Bulhões) – Para finalizar os painéis, convido a presidente da Assespro, Maria Luiza Reis, para apresentar as experiências e os aprendizados do programa Forsoft, projeto premiado pela Unesco.

A SRA. MARIA LUIZA REIS - Boa tarde a todos!

Agradeço ao Deputado Chicão Bulhões e à Geiza a organização fantástica do evento, agradeço a todos da Mesa.

A Assespro é uma associação de empresas de tecnologia da informação. O objetivo dela é fazer um investimento de tempo e dinheiro para fazer treinamento, porque existe uma lacuna. Essa lacuna se encontra principalmente no profissional de nível médio para atender a uma demanda crescente de tecnologia, de programação, principalmente.

Hoje há uma série de setores que treinam o profissional para uso das ferramentas, mas poucos profissionais estão aptos a desenvolver, a programar. Essa é uma deficiência que faz com que identifiquemos o bom profissional hoje que está sendo formado nas universidades públicas do Rio de Janeiro, e existe um bom conjunto de profissionais nessa área, que são aqueles que desenvolvem as ferramentas. Mas há uma lacuna: não conseguimos atingir o profissional de formação média porque ele não está apto a programar.

Alguns podem pensar: não precisa programar, o pessoal da tecnologia da informação da faculdade programa. Mas isso não está atendendo, porque o uso da tecnologia está cada vez mais ligado à automação. Então, os programas, os robôs, eles estão substituindo aquelas atividades mais automáticas, então, não se pode preparar uma pessoa de nível médio para fazer um trabalho operacional. Ele não vai ser útil por muito tempo, estamos vendo isso hoje.

O desemprego tem a ver muito com a crise, mas também tem muito a ver com os postos de trabalho que estão substituídos pelos robôs, pelas máquinas. E isso é até um pouco da nossa responsabilidade.

Entendendo essa responsabilidade, vemos que é necessário que a gente invista no profissional, no jovem, até carente, porque no Rio de Janeiro a gente vê que existe uma elite, que atingiu um nível de escolaridade excepcional, e nós temos um grupo de pessoas que realmente não atinge.

Então, qual é o Projeto Forsoft? Hoje temos um programa de capacitação profissional, que é em Tecnologia de Informação para jovens entre 18 e 24 anos. Quer dizer, quem já acabou o nível médio e ainda não está na universidade, não tentou ou não quer fazer universidade.

É um curso rápido, de 6 meses, mas muito intensivo. Realmente, muito intensivo. Os jovens que saem de lá saem com uma capacidade fantástica de programação, de terem até iniciativa própria, de resolver problemas complexos, de passar por situações difíceis, porque esse é o desafio que nós colocamos para eles. É programação, desenvolvimento, infraestrutura e inglês técnico. E nós trabalhamos não somente a capacidade técnica do aluno, mas, como eu falei, a capacidade de ser profissional, de agir conforme o mercado demanda. E isso é muito cobrado dele o tempo todo no curso. Por isso até que a decisão de fazer EAD, como vocês também lá do sindicato não fizeram ainda, tem muito a ver com esse relacionamento. A gente precisa mudar a cultura dele. Ele tem que entender qual é a necessidade do mercado, a rapidez que tem que responder à demanda no momento de dificuldade, principalmente em Tecnologia da Informação, que é tudo rápido. Então a gente prepara muito ele nessa questão interpessoal.

Esse nosso projeto foi premiado na ONU. Todas as empresas madrinhas ganharam o prêmio, uma placa dessa. Isso foi muito relevante para a gente.

O nosso alvo são jovens de baixa renda, que moram preferencialmente em comunidades de risco social. E a gente pega esses jovens vindo do ensino público. Agora nós estamos procurando jovens, que tem até medalhistas da OBMEP, porque a gente quer trabalhar mais essa questão da Inteligência Artificial, de Ciência de Dados. E a gente acha que quem é fera em matemática vai ter mais aptidão para esse tipo de coisa. Nós temos muitos por aí. São pessoas de talento. Não é somente o ensino básico que faz diferença, é o talento. Ele tem talento, ele está lá e a gente está resgatando esse profissional.

Temos experiências fantásticas. Eu, particularmente, como empresária, já empreguei vários alunos do Forsoft. E tivemos o caso de um jovem, que veio também de uma comunidade e que tinha uma formação somente de nível médio, entrar num projeto de Ciência de Dados e Big Data, submeter o trabalho num Congresso em Las Vegas e participar deste Congresso em Las Vegas pela empresa, vindo de uma comunidade, fazendo o trabalho graças ao FORSOFT. Então isso foi uma revolução na vida dele.

Recentemente também fui convidada para dar uma palestra num evento de mulheres em Tecnologia. E me surpreendi, quando, antes da minha vez de falar, uma moça foi lá falar que entrou no mercado de Tecnologia de Informação, que fez toda a diferença na vida dela, o fato de ela ter participado do FORSOFT. E ela nem sabia que eu estava lá. Ela falou espontaneamente a respeito disso, recomendando às meninas que participassem, porque isso fez diferença. Empoderou as meninas também nesta área.

Então a gente faz um grande esforço neste sentido, porque existe uma neblina na visão de quem hoje é responsável por ensinar – a gente tem essa impressão – de que a gente não força demais o jovem de ensino médio, porque acha que ele não vai conseguir. E acaba que a gente o deixa num nível mais baixo. O outro jovem que faz a faculdade está num nível muito mais alto. Essa lacuna até inviabiliza vários negócios nossos, empresários, porque nós ficamos com um espaço muito grande para cobrir.

Acaba que o jovem de faculdade vai para fora do Brasil procurar empresas mais modernas e mais criativas, porque ele faz um trabalho mais de programação, e o jovem hoje que está na comunidade e que está disponível para isso, que tem uma aptidão, que tem um talento, ele não é resgatado para fazer essa programação. Eu acho que esse projeto Forsoft deve ser espalhado, deve ser multiplicado. A Assespro talvez não tenha condições de sozinha fazer isso, provavelmente não. Nós precisamos do apoio de todos que puderem, das associações presentes. Até fazer uma parte em EAD sim, se for o caso, porque precisamos multiplicar, precisamos pegar esse jovem talento. Que nem um jogador de futebol. O cara está lá e já sabe jogar futebol desde quando nasceu. E tem jovem aqui que sabe programar desde que nasceu, ele só não teve a oportunidade de fazer esse curso, de ter uma postura, de ter um trabalho. É isso o que estamos fazendo, estamos dando empregos fantásticos para eles.

Aqui tem vários casos, porque não temos qualificação no ensino médio sobram vagas na tecnologia. É uma área que cresce. Afinal de contas, qual é o maior empregador do Brasil hoje? Vocês leram nos jornais, não é? É o Uber, é o iFood, é o 99. Hoje nós estamos saindo do emprego criativo para fazer o operacional do software. Por que o software não está aqui? E nós estamos vários softwares aqui também, mas isso é o que cresce, hoje em dia é o que vai dar emprego de mais qualidade.

Hoje nós já tivemos mais de 700 participantes. Desses 700 participantes, o nosso contrato é o seguinte: a empresa madrinha adota, apadrinha três participantes, ou múltiplos de três, e um ela se compromete a fazer o contrato CLT com esse profissional. Ao final do curso. Então, a madrinha paga a passagem, lanche, que é um custo às vezes bastante elevado, no sentido de que para ele seria difícil ele vir até o centro da cidade. Muitos moram na Zona Oeste, até em São Gonçalo acontecem vários casos dessa natureza, em Magé, então, ele vem para cá fazer o curso aqui no Centro da cidade, em parceria com a Infnet e volta, faz o seu lanche. E ao final desses seis meses ele tem a avaliação do curso e nós também, como madrinha, fazemos uma avaliação interna e escolhe um.

Mas você não precisa ficar só com um. Eu tive uma das edições do Forsoft que a minha empresa contratou três. Outras empresas contratam vários. Acontece que sobra gente, uma vez que só contratamos um terço por obrigação. Sobra de uma empresa, vai para a outra. Esse tipo de coisa acontece com frequência. E mesmo que eles não sejam aproveitados no grupo das empresas de Forsoft, da Assespro, é comum que as empresas já saibam da qualidade desse profissional e acaba absorvendo no mercado, independentemente de trabalhar conosco.

Então, nós temos 350 contratados no mercado, já em oito edições; 55 empresas madrinhas. E aqui diversos depoimentos de alunos que participaram, que chegaram, fizeram depois, se formaram, fizeram pós-graduação. Foi uma oportunidade, um pulo, um salto de qualificação desse profissional.

Aqui depoimentos de empresas também que investiram. Tem empresas que estão sempre investindo. Eu acho que ainda temos empresas na Assespro que não conhecem e não experimentaram o Forsoft, mas é algo incrível, realmente é algo que vai fazer diferença para o profissional de nível superior. Ele vê o jovem que entra no Forsoft, uma postura tão profissional, tão correta, que nem parece um jovem bem novo trabalhando, é um perfil muito diferente.

Aqui são várias competências, formar mentalidade profissional, comprometimento com metas.

Nosso objetivo maior é fazer mais turmas e turmas maiores. Então, pretendemos ter turmas de 60 a 100 alunos. Hoje nós estamos com 40 aproximadamente.

E precisamos sempre do apoio do poder público, organizações da empresa madrinha, que é aquela que motiva também o aluno a participar do Forsoft, porque ele sabe que vai ter um emprego, ou pelo menos se ele lutar bastante ele consegue um emprego, um sponsor e instituições de ensino.

Algumas empresas que já foram madrinhas, já apoiaram o Forsoft. Nós somos muitas.

Aqui, o Hacking Rio. Eles participaram. Eles são excelentes programadores, como eu já falei. Esse é o Professor Miguel, coordenador do curso. Aqui é o grupo de uma turma.

São jovens fantásticos, excepcionais, altamente qualificados que, por um lado, talvez não pensem em mudar de País e sair para outro local, mas também estão sendo disputados fortemente no mercado. A qualidade de programação deles é muito grande e a versatilidade. Eles conseguem programar em diversas linguagens, então estão aptos a trabalhar em diversas empresas, não somente num tipo de atividade, mas em diversas.

Eu preciso realmente do apoio de vocês para fazer isso funcionar melhor e se espalhar pelo Rio de Janeiro todo. Isso é uma iniciativa necessária. Existe realmente essa lacuna que precisamos preencher e aproximar o da faculdade - que é excelente e tem muita qualidade - o jovem que hoje está perdido das suas comunidades sem acesso ao emprego que vai restar. Porque só tem esse emprego ou o Uber.

Já acabei a minha apresentação. (Palmas)

O SR. PRESIDENTE (Chicão Bulhões) – Obrigado.

Antes de passar à fase final, quero agradecer também à Geiza, que coordena o Fórum de Desenvolvimento Econômico. Parabenizá-la pelo trabalho e pela organização dos temas.

Gostaria de agradecer também o Cerimonial da Casa. E destacar que este encontro hoje, no Fórum, apresentou um rico menu de temas, que comprovou que temos em mãos um instrumento que precisa, não apenas ser preservado, mas incentivado.

Porque a existência de um Fórum de Desenvolvimento, na Alerj, é uma conexão vital e muito importante entre a Casa Legislativa e todo o setor produtivo, alimentando o Parlamento com informações indispensáveis no nosso dia a dia.

Numa crise como a do Rio de Janeiro, a nossa principal obrigação é para que esse ciclo de crises não se repita. E buscando alternativas para o investimento e desenvolvimento em capital humano capacitado para as novas economias. Ouvimos isso aqui, em todas as falas, os nossos desafios do futuro.

Porque não conseguimos prever hoje nem quais empregos serão inventados no futuro. Pena que o nosso representante da Fetranscarga já nos deixou aqui, mas eu teria até uma pergunta para ele sobre como ele vê, por exemplo, caminhões e carros sem motoristas, que já são uma realidade.

Como iremos enfrentar todos esses desafios em relação aos trabalhadores? Mais do que aos empregos, aos trabalhadores. Navio também, quer dizer navios sem comando, em que você já pode fazer com inteligência artificial. Aviões cada vez mais próximos de não ter pilotos. Então, como o nosso Rio de Janeiro vai enfrentar tudo, acredito ser o nosso grande desafio.

Certamente vai passar por uma articulação dos programas de formação. A academia deve estar conectada, sem dúvida alguma, ao mercado sem jamais abandonar a pesquisa básica. Acredito que viveremos esse debate também no cenário nacional sobre a importância da pesquisa básica, que é dela onde nascem os futuros setores, efetivamente, da economia, que ainda não conhecemos.

O diferencial da universidade não está em gerar mão de obra, mas em provocar o mercado com mentes brilhantes que acabarão por revolucionar o nosso mercado. Destacando também que não existe essa história de setor ultrapassado porque isso aqui é uma discussão muito interessante. “Ah, setor vai sumir. Um setor vai sumir, o outro vai aparecer”. Não existe isso. Existem setores que precisam se reinventar e se reposicionar para serem competitivos e se manterem competitivos. Esse reposicionamento depende da qualidade de mão de obra.

Apenas últimas, então, considerações. Antes de passar para as nossas perguntas, vou transmitir primeiro dois agradecimentos e cumprimentos que foram encaminhados. Eu vou dirigir aqui primeiro ao Senai, que foi feito pelo Sérgio Paiva, Superintendente do Sinduscon, que parabeniza o Senai e a todos do Sistema “S” pelos investimentos e esforços que têm feito na formação dos trabalhadores da construção civil do Rio de Janeiro.

Então, Sérgio, estou encaminhando ao Alexandre Reis, representante do Senai, essa carta de agradecimento.

Gostaria de agradecer também as palavras do Sindicato das Entidades de Ensino Superior do Estado do Rio de Janeiro, que congrega todas as universidades, centros universitários e faculdades particulares, que prestigiaram o evento, quanto à organização, na pessoa do João Roberto Moreira Alves. Agradeço.

Sara Matheus, que fez uma pergunta ao Sescoop, vou encaminhar a sua pergunta ao Sescoop para que eles possam responder por e-mail. A pergunta é em relação a incentivos fiscais a cooperativas e à economia circular, também comentando um pouquinho da causa ambiental.

Indago se alguém quer fazer alguma pergunta, alguma colocação aqui nessa fase final. Não? Todos satisfeitos?

Então, chegando ao término, agradeço, mais uma vez, a presença de todos. Aproveito também para convidá-los para o próximo seminário, que acontecerá na próxima sexta-feira, dia 17 de maio, às 10 horas, aqui mesmo neste plenário.

Tenham todos os boa tarde! Obrigado. (Palmas)

Declaro encerrada a Sessão.

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